A China confirma ter emprestado muito dinheiro a Portugal e elogia o país. Os amigos, sejam da Venezuela, da Líbia ou de Angola servem exactamente para isso. Custos? Haverá muitos, mas como são outros que vão pagar a factura...
A ajuda da China não é, nem poderia ser, inocente. Para além dos juros propriamente ditos, Portugal terá de pagar também em “géneros” de outro nível. É que os chineses não brincam em serviço, e Hu Jintao não é uma espécie de Hugo Chávez.
Assim, para melhor entrar na Europa, a China vai entrar em força nas empresas lusas consideradas estratégica, tal como vai aproveitar a boleia (ou impor a boleia) para dominar ainda mais sectores estratégicos na África lusófona, sobretudo em Angola e Moçambique.
O facto de Portugal estar de mão estendida na mesma altura em que faz parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas é, igualmente, um trunfo político que agrada à China. Como só não teme quem não deve, Portugal deve tanto que vai fazer (quase) tudo o que os seus credores mandarem.
Para além de comprar dívida portuguesa, a China aparece também como paladina do euro, facto que agrada à Europa apesar de, no extremo, poder ser um apoio envenenado.
No caso de Angola, por exemplo, os chineses estão a fazer e a ocupar o espaço que de forma natural poderia ser de Portugal. Os ados oficiais apontam para que estejam em Angola cerca de 40 mil chineses, no entanto esse número deve ultrapassar os 100 mil.
A comunidade chinesa é a mais recente em Angola, mas num ápice tornou-se maioritária a residir no país. O Governo de Luanda explica que a presença chinesa no país avolumou-se com a quantidade de trabalhadores que acompanham as empresas chinesas que laboram em todo país.
Recorde-se que os acordos bilaterais Angola-China determinam que 70 por cento dos projectos de reconstrução devem ser dados a empresas chinesas, já que Pequim é o principal financiador da reconstrução de Angola.
Sem comentários:
Enviar um comentário