Como se constata, esse maldito povo nazi conhecido por israelitas está a provocar um verdadeiro genocício dos palestinianos. Como certamente diria João Gomes Cravinho, o primeiro-ministro de Israel, este ou qualquer outro, não passa de um Hitler.
Em Darfur, no Sudão, fontes certamente muito mal informadas apontaram para bem mais de 300 mil mortos e 2,5 mihões de deslocados. Embora o massacre tenha sido praticado por um regime islâmico, o melhor é não lhe chamar genocídio.
Genocídio é com certeza o que se vai passando na Faixa de Gaza e não, é claro, qualquer outra coisa que se passa em África. Para se falar de genocídio é preciso ver quem são as vítimas e quem são os autores.
Ou seja, se os autores são israelitas e as vítimas palestinianos, então qualquer que seja o número de mortos e feridos é um genocídio. Se os autores são pretos e as vítimas também pretos (embora com armas e assessorias de brancos), então trata-se de um pequeno conflito, mesmo que morram aos milhares.
Mas o que é que isso importa? O mundo dos bons tem mais com o que se preocupar. A Faixa de Gaza, o cão de Barack Obama, o prémio de José Mourinho ou a bitacaia que atacou a Lili Caneças, são bem mais importantes do que umas centenas ou milhares de mortos em África, mesmo considerando que algumas dessas vítimas sentem a dor em português.
É claro que os africanos podem desaparecer, mas as riquezas naturais continuam lá à disposição dos donos do mundo. É a civilização ocidental no seu melhor.
É certo que a situação na República Democrática do Congo continua a ferro e fogo, tal como continua perigosamente instável a vida na Somália, Sudão, Zimbabué, Chade, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, República Centro Africana...
Mas o que são milhares de mortos pela cólera no Zimbabué comparados com 500 palestinianos mortos pelos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza, ou os três ou quatro israelitas mortos pelos ataques do Hamas?
Mas o que são os eventuais 60.000 potenciais casos de cólera no Zimbabué comparados com os perto de 200 mortos nos ataques a Bombaim?
E o que são os milhões de pessoas que em toda a África morrem de fome, de doença ou pelos efeitos da guerra, comparados com uma missa que concentrou, em Madrid, um milhão de pessoas?
É claro que o importante é mostrar ao mundo que a aviação israelita tornou em escombros grande quantidade de prédios em Gaza. Reconheço que tal não acontece em África. Em zonas onde há milhões de pessoas que vivem (quando vivem) em cubatas é difícil, calculo eu, ter imagens de prédios destruídos.
Além disso, o que interessa não são os africanos mas, antes, o petróleo e outros produtos vitais para o Ocidente. E se até Sarah Palin não tinha a noção do que era essa coisa chamada África, é bem natural que as ruas das principais cidades mundiais se encham de cidadãos de primeira preocupados com outros cidadãos quase de primeira, os palestinianos, e não com essa espécie menor a que chamam pretos.
E assim se faz a história onde as prioridades, entre outras justificações, são feitas pela cor da pele. Racismo? Não. Nem pensar. Apenas uma realidade indesmentível: uns são pretos, outros não!
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