Os candidatos rejeitados em 2009 podem ser escolhidos este ano para o prémio Mo Ibrahim, que distingue com quatro milhões de euros ex-chefes de Estado ou de Governo africanos que tenham promovido uma boa governação.
Cá pra mim, quem merece ganhar o prémio (já o merecem, aliás, há muitos anos) são José Eduardo dos Santos e Teodoro Obiang Nguema, respcetivamente donos de Angola e da Guiné-Equatorial há 31 anos.
O anúncio da escolha está agendado para segunda-feira em Londres, mas no ano passado o júri decidiu, após uma “análise profunda”, não escolher um vencedor embora tenha avaliado “candidatos credíveis”.
As regras ditam que os candidatos podem ser considerados durante três anos após o fim do exercício de funções, o que inclui os ex-Presidentes sul-africano, Thabo Mbeki, ganês, John Kufuor, e nigeriano, Olusegun Obasanjo.
Que gaita. Se só podem ser candidatos três anos após o fim do exercício de funções... tanto Eduardo dos Santos como Teodoro Obiang Nguema só o poderão receber um dia (pela ordem natural da vida, que eles ainda não conseguiram alterar) a título póstumo.
Os membros do comité, presidido pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e que tem entre os seus membros a moçambicana Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), não desvendaram os nomes dos candidatos, nem enumeraram as razões da desclassificação.
Penso que estão a equacionar a alteração dos estatutos do prémio para que possa ser entregue, em vida, a alguns dos mais exímios bons governantes africanos, de que são impolutos paradigmas os donos de Angola e da Guiné-Equatorial.
No comunicado divulgado na altura, o Comité saudou o “progresso na governação de alguns países africanos”, mas manifestou “preocupação com os recentes retrocessos noutros países”.
Retrocessos? Onde? Olhando para África com atenção é fácil ver que a maioria, ou até a totalidade, dos países são governados com todo o rigor, constituindo até exemplos para o resto do mundo.
Criada em 2007 e entregue anualmente, a distinção foi entregue na primeira edição ao ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano e em 2008 ao ex-presidente do Botswana Festus Gontebanye Mogae.
O Prémio Ibrahim para o Sucesso na Liderança Africana visa reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política e está aberto a ex-chefes de Estado ou de Governo de países da África Austral que tenham deixado de exercer funções nos últimos três anos e dado provas de liderança exemplar.
O objectivo é “melhorar as perspectivas sociais e económicas do povo africano”. Ora aí está. Que melhores exemplos haverá do que os de Angola e da Guiné-Equatorial? Eu sei que há muitos ao mesmo nível, o que só prova que o mundo deve pôr os olhos neste continente onde a democracia e o Estado de Direito são uma regra basilar...
O dinheiro do prémio, no valor total de cinco milhões de dólares norte-americanos (4,12 milhões de euros), será distribuído durante dez anos em tranches de 500 mil dólares (412 mil euros).
Fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, Mo Ibrahim, nascido no Sudão em 1946, é considerado um modelo do cidadão africano bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio.
Ibrahim vendeu a empresa em 2005, sete anos depois de a ter criado, a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.
Legenda: Teodoro Obiang Nguema é o da... esquerda.
1 comentário:
Eu acredito muito em José Eduardo dos santos em ganhar o prémio Mo Ibrahim porque ele merece uma gratificação pelos seus feitos em Angola.
Enviar um comentário