A Polícia de
Segurança Pública de Portugal afirmou hoje que existem no país mais de 1,4
milhões de armas legais, tendo sido emitidas em 2011 perto de 21 mil novas
licenças de uso e porte de armas.
Tirando as
legais, quer-me parecer que o número das ilegais até dava para começar uma
revolução. Aliás, se calhar ainda há algumas em boas mãos do tempo do próprio PREC
de 1974.
O relatório
do Departamento de Armas e Explosivos da PSP revela ainda que a maior parte das
novas licenças diz respeito a armas de caça, tendo sido emitidos 11.777 dos 20.845
pedidos de licença efectuados no ano passado.
Não sei se
não há mais caçadores do que caça, razão pela qual me parece que a finalidade
de muitas delas possa ser, um dia destes, fazer justiça pelas próprias mãos. Em
desespero, os escravos são capazes de puxar o gatilho. E como há cada vez mais
escravos, ainda por cima esqueléticos…
Eu sei, por
exemplo, que os reformados não precisam de aumentos nas pensões e que bem podem
viver sem 13º e 14º mês. Aliás, não pagam não pagam a luz, o gás, as rendas, os
remédios como todas as outras categorias.
Estarão, por
isso, fora dos que podem pegar em armas. Pelo contrário, os deputados, os juízes,
os ministros, os gestores do que é público etc. têm de trabalhar duro para conseguir o pouco
que têm. Se calhar estes vão querar fazer justiça.
O
Departamento de Armas e Explosivos da PSP, que pela primeira vez faz um
relatório anual da sua actividade, indica também que foram apreendidas ou
entregues em 2011 uma média de 18 armas de fogo por dia, num total de 4.150
apreensões.
Os
portugueses são, de facto, um povo pacato. Até entregam as armas que, salvo
melhor opção, poderiam servir para ajudar o seu pobre país a produzir riqueza
em vez de ricos.
No ano
passado a PSP apreendeu também 233.447 quilos de explosivos nas 2.057
fiscalizações realizadas junto de locais de fabrico, depósito e consumo de
explosivos. Que chatice. Ao ritmo a que os portugueses entregam as armas e com
a apreensão de explosivos será difícil, creio, levar os donos do reino a
perceber que quando a força da razão não resulta, a única opção é mesmo a razão
da força.
As armas e
os ladrões assinalados / Que na ocidental praia lusitana, / continuam a
explorar os desgraçados / neles vendo uma casta insana.
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