quinta-feira, abril 19, 2012

Nada de novo na coelheira lusitana

Ao contrário das galinhas e similares, os coelhos e similares estão em alta. Cada vez mais em alta. Para além de (nos) fornicarem à grande, comem tudo e não deixam nada.

O presidente da Cáritas Portuguesa alertou hoje que, no reino de Pedro Passos Coelho, há alunos do Ensino Superior a serem expulsos das residências universitárias porque não conseguem pagar as mensalidades, mesmo quando estas estruturas são geridas pelos serviços sociais das Universidades.

Estas declarações surgem dias depois de o Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior ter denunciado a situação de alguns alunos obrigados a abandonar os estudos por falta de dinheiro.

"Nunca acontecera, nas ajudas pecuniárias da Cáritas, termos de pagar propinas. E não estamos a falar de propinas de alunos que tiveram de ingressar no ensino particular. Mesmo no público, há famílias que não conseguem suportar as propinas", disse.

Em causa, defendeu, estão as alterações às regras de acesso às bolsas de estudo: "Hoje, para se aceder a bolsas de estudo é preciso estar numa situação paupérrima, miserável".

Os  casos que chegam ao conhecimento da Cáritas são sobretudo de filhos de pais que ficaram desempregados ou que perderam parte dos recursos devido a reduções salariais ou ao fim dos subsídios de Férias e de Natal.

Apesar de tudo, mesmo que tímidas, esta notícias começam a chatear o dono do reino que, como todos os donos, entende que a liberdade dos jornalistas tem de acabar onde começa a dele, mas entende que a dele não tem limites.

Por alguma razão, Passos Coelho e Miguel Relvas não toleram ser contrariados, nem admitem que se pense de modo diferente daquele que em conjunto organizaram com as suas poderosas agências de intoxicação, cuja semelhança com comunicação é mera coincidência.

Habituado a que os trabalhadores das redacções dos órgãos de comunicação social (Jornalistas são, como é óbvio, outra coisa substancialmente diferente) lhe vão comer à mão, Passos e Relvas não conseguem conviver quer com a liberdade de expressão quer com o contraditório.

É por isso que se dão bem com a própria sombra, bem como com outras sombras que com ele estão sempre de acordo.

É um direito que lhes assiste. O problema está em que querem e estão a conseguir transformar o país num amontoado de acéfalos e invertebrados portadores do cartão de militante do PSD.

O azedume do Miguel Relvas (que é quem manda no sector) quando vê algum jornalista (eu sei que é raro) reflecte igualmente a frustração que deve sentir por não ter conseguido, embora continue a tentar, transformar muitos jornalistas nos tais acéfalos e invertebrados ao serviço (bem pago) da sua causa.

Relvas apostou forte nos assessores de Imprensa, agora chamados de "Press officers e Media consultants", que falam todos os dias, várias vezes por dia, com os administradores, directores e jornalistas das televisões, das rádios e dos jornais e que até escrevem notícias prontas a servir.

Da relvática estratégia constam o uso de algumas mentiras, exageros constantes, fugas cirúrgicas de informação e críticas a essas mesmas fugas e compensações para os que cumprirem rigorosamente a cartilha.

De facto, a mentira e o ludíbrio são uma arte que Passos Coelho e Miguel Relvas dominam como ninguém. 

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