O economista
e vencedor do prémio Nobel, Joseph Stiglitz, afirma que a Europa está numa
situação complicada devido às medidas de austeridade que estão a empurrar o
continente "para o suicídio".
Vê-se bem
que o homem não percebe nada da matéria. Bastar-lhe-ia falar com o
primeiro-ministro de Portugal para perceber que, afinal, é exactamente ao
contrário.
Tão ao
contrário que o governo português já não aplica a austeridade a cidadãos como António
Mexia, presidente executivo da EDP, que recebeu uma remuneração 1,04 milhões de
euros no ano passado, um valor em tudo semelhante ao auferido em 2010.
Tão ao
contrário que o governo português já não aplica a austeridade a cidadãos como Cavaco
Silva, Joaquim Pina Moura, Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro,
Fernando Gomes, António Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira
Amaral, António Castro Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista,
Ascenso Simões, Faria de Oliveira ou Eduardo Catroga.
“Nunca houve
um programa de austeridade bem sucedido num país grande", declarou ontem o
economista aos jornalistas, em Viena, e hoje citado hoje pela agência
Bloomberg.
Aí está uma
colossal diferença. Portugal é um país pequeno e, ao contrário dos grandes, tem
a vantagem de um dia destes ser resgatado do fundo e emergir ali para os lados do
Norte de África.
Se a Grécia
fosse o único país europeu a aplicar medidas de austeridade, os responsáveis
europeus poderiam ignorá-lo, considerou Stiglitz, "mas com o Reino Unido,
a França e todos estes países a sofrer a austeridade é como se fosse uma
austeridade conjunta e as consequências económicas vão ser duras".
Nada disso. Joseph
Stiglitz deveria reparar que Passos
Coelho disse (ainda não era primeiro-ministro, mas foi com isso que lá chegou)
“aceitarei reduções nas deduções no dia em que o governo anunciar que vai
reduzir a carga fiscal às famílias. Sabemos hoje que o Governo fez de conta.
Disse que ia cortar e não cortou. Nas despesas correntes do Estado, há 10% a
15% de despesas que podem ser reduzidas”.
Embora os
líderes da zona euro "tenham percebido que a austeridade por si ó não
funciona e que é preciso crescimento", não houve ações nesse sentido
"e o que acordaram fazer em dezembro é uma receita para garantir que vai
morrer", afirmou Joseph Stiglitz referindo-se ao euro.
E
acrescentou: "A austeridade combinada como os constrangimentos do euro é
uma combinação fatal".
Stigltiz
admite uma zona euro de "um ou dois países", constituída pela
Alemanha e possivelmente a Holanda e a Finlândia, como "o cenário mais
provável se a Europa mantiver a abordagem de austeridade" que levará a
altos níveis de desemprego, como o de Espanha que atinge 50 por cento nos
jovens desde a crise de 2008, "sem esperança de melhorias nos próximos
tempos".
"O que
estão a fazer é destruir o capital humano, estão a criar jovens
alienados", alertou Joseph Stiglitz. Será que essa dos jovens alienados
era dirigida a Passos Coelho? Fica a dúvida para uns e a certeza para a
maioria.
Para
impulsionar o crescimento os líderes europeus terão, segundo Joseph Stiglitz , de
redirecionar as despesas públicas para "utilizar ao máximo"
instituições como o Banco Europeu de Investimento e introduzir impostos que
melhorem o desempenho económico.
Para que Joseph
Stiglitz não continue a dizer asneiras,
aui fica parte da receita de Passos Coelho: “Vamos ter de cortar em gorduras e
de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos
cidadãos. Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm
mais terão que ajudar os que têm menos”.
Ou ainda, “queremos
transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o
Estado. Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o
que assina em nome de Portugal”.
Mas também,
“se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o
consumo e não para o rendimento das pessoas. Se formos Governo, posso garantir
que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o
sistema português”.
Além do
mais, “já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês,
mas nós nunca falámos disso e é um disparate.”
1 comentário:
De facto parece um disparate.
Por quem se sente enganado depois de ter apoiado esta politica, as palavras de ordem devem ser ditas de modo nu e cru:
-Toda esta situação se deve a quatro décadas de bloco central, todos eles cagaram em cima do povo. Falam, falam e não dizem nada...
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