O eurodeputado do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, acusou no dia 23 de Outubro de 2008 o então primeiro-ministro português, José Sócrates, de ser "lambe-botas" do presidente venezuelano Hugo Chavez e de prosseguir uma "política externa de cócoras".
Não teria ficado mal, continua a não ficar mal, até porque corresponde à verdade, que tivesse também acrescentado – entre outros – o presidente de Angola e do MPLA, José Eduardo dos Santos, o tal que está há 32 anos no poder sem nunca ter sido eleito.
Durante o debate sobre "perseguições políticas na Venezuela" no Parlamento Europeu, Estrasburgo, Ribeiro e Castro lamentou ainda que "Portugal esteja a ser transformado na sala de visitas do tirano".
Tirano por tirano, eu gosto mais de ver em Portugal o dono de Angola, mas este tem outras salas de visita que lhe dão igualmente cobertura, mesmo no âmbito dessa coisa que dá pelo nome de Comunidade de Países de Língua Portuguesa. É o caso do Brasil.
Na altura e de acordo com o seu gabinete em Estrasburgo, Ribeiro e Castro considerou fundamental que a Europa adopte uma resposta mais clara e eficaz e não mostre "indiferença, senão cumplicidade", diante de situações em que "listas de nomes de opositores ao regime de Hugo Chavez têm sido usadas para impedir candidaturas às eleições regionais" e municipais.
Já agora, meu caro Ribeiro e Castro, não seria mau que de vez em quando fosse olhando para aquele território a norte de Angola que, como sabe, está ocupado pelos norte-americanos e pelos angolanos e que dá pelo nome de Cabinda.
De vez em quando olhar para Cabinda já não seria mau. Sem esquecer, obviamente, a Venezuela.
Em Fevereiro de 2009, Ana Gomes e José Ribeiro e Castro integraram um grupo de deputados europeus que lançou, em Bruxelas, através de uma página da Internet, uma petição para lutar contra a corrupção.
A petição instava a Comissão Europeia e os Estados-membros da União Europeia a propor legislação e mecanismos de combate à corrupção, em particular nas relações com países em vias de desenvolvimento.
Confesso que me veio logo à cabeça o regime do MPLA que, como poucos se lembram, dirige os destinos de Angola desde 1975, e cujo chefe máximo (do partido e da República) tem um outro reino, desta vez nas ocidentais praias lusitanas a norte – embora cada vez mais a sul – de Marrocos.
Segundo este grupo de eurodeputados, a corrupção ao mais alto nível "reduz a capacidade de muitos estados para garantir serviços básicos às suas populações", como o direito à alimentação, habitação, saúde e educação. Se calhar, digo eu, é por isso que perto de 70% de angolanos passa fome.
Em África, por exemplo, os Estados perdem anualmente cerca de 25 por cento do Produto Interno Bruto devido à corrupção, foi sublinhado no comunicado de imprensa que anunciava a iniciativa.
Que eu saiba, o grupo não falava que para haver corrupção tem de haver quem corrompa e quem seja corrumpido. Ou não será? Adiante.
A petição pretendia recolher as assinaturas de um milhão de cidadãos dos 27 para "obrigar as autoridades europeias a tomar medidas contra a corrupção", segundo Ana Gomes.
A eurodeputada explicou na altura em declarações à Agência Lusa que principalmente os países em desenvolvimento perdem somas enormes de dinheiro que é investido na Europa.
Os deputados europeus que promoveram a petição gostariam que a sua iniciativa levasse a que fluxos financeiros duvidosos passassem a ser analisados. Era bom, era.
Por seu lado, Ribeiro e Castro lembrava as questões de "moralidade e legalidade" e, principalmente, os "prejuízos para o bem-estar dos povos" que recebem apoios dos 27 que são desviados para outros fins.
Fins onde, se calhar, aparecem os que contribuíram com esses apoios. Ou não será?
Um grupo de pelo menos um milhão de europeus pode obrigar a Comissão Europeia a estudar e apresentar propostas legislativas relacionadas com determinada matéria.
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