segunda-feira, setembro 15, 2008

12% dos lucros do BCP, BES e BPI
têm origem, transparente, em Angola

O mercado bancário angolano ainda está a dar os primeiros passos, afirma o Diário Económico, mas já tem um peso significativo nas contas dos bancos privados portugueses. Os números falam por si: 12% dos lucros obtidos pelo BCP, BES e BPI nos primeiros seis meses de 2008 vieram de Angola.

O BPI é o banco mais forte em Angola. Com uma quota de mercado superior a 20%, mais de 500 mil clientes e lucros semestrais de 56,6 milhões de euros, o Banco Fomento de Angola (BFA) lidera o mercado bancário no país e tem ajudado o BPI a contrabalançar o fraco crescimento dos negócios em Portugal.

Não sei a razão (deve ser uma daquelas que a própria razão desconhece) que tem levado Fernando Ulrich, presidente do BPI, a insistentemente dizer que não há corrupção em Angola e, a corroborar esta tese, que o banco nunca pagou comissões para conseguir negócios neste país.

"O BPI nunca pagou nada a ninguém para obter nada em troca como nem nunca ninguém nos pediu nada para fazer o que quer que fosse em troca", diz regularmente Fernando Ulrich.

Seja como for, com toda a transparência angolana, o BPI vai ceder 49,9% do capital do BFA, o maior banco privado angolano – que é dominado pela instituição liderada por Fernando Ulrich e responsável por um terço dos seus resultados líquidos – à Unitel

Seja como for, com toda a transparência angolana, a maior operadora de telecomunicações angolana – dominada pela Sonangol, por Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e pela Portugal Telecom, que possui 25% do capital – pagará 475 milhões de dólares (334 milhões de euros) pela participação, o que avalia a operação angolana em quase 670 milhões de euros.

Seja como for, é sempre com toda a transparência angolana.

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