O ministro dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Augusto Santos Silva, apontou hoje o aprofundamento da cooperação no seio da lusofonia, designadamente no plano dos meios de comunicação, como “uma prioridade para o Governo” português.
Lusofonia prioridade para o Governo de José Sócrates? Gostava de ver. Pelo sim e pelo não, seguindo aliás as brilhantes análises deste ministro que é quase tão dono da verdade quanto o primeiro-ministro, espero – se me dão licença e se sobre isso não tiver de pagar impostos – sentado.
“A lusofonia é uma prioridade, não só para mim, como para todo o Governo”, disse Santos Silva, em declarações à Agência Lusa, apontando uma resolução aprovada recentemente pelo Conselho de Ministros português que confere um “enquadramento político geral” à política de projecção da língua e cultura portuguesa no mundo e criou um fundo da língua portuguesa para apoio a projectos.
Aí está. Em matéria de Lusofonia, como em muitas outras, o Governo das ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos está sentado na beira da estrada. No entanto, teima em dizer que que está a caminhar na estrada da Beira.
“Tivéssemos nós mais recursos orçamentais e mais recursos poríamos nisto”, frisou Santos Silva, que falava à margem da assinatura de um protocolo entre a RTP, Governo moçambicano e parceiros privados para a realização de uma série de documentários sobre os 12 parques naturais de Moçambique.
Tem razão. Há sempre falta de recursos. Que tal mais uns impostos ou, talvez, a criação de uma comissão para analisar a questão, obviamente dirigida e assessorada por mais uns tantos filiados no PS?
Para Augusto Santos Silva, o aprofundamento da cooperação no plano da comunicação social no seio da lusofonia passa, desde logo, pelo reforço do “apoio tecnológico” e “colaboração técnica”, nomeadamente através da “acessibilidade da RTP África em todos os países de expressão portuguesa”.
Que Santos Silva é, aqui talvez em paridade com o primeiro-ministro, o maior especialistas em comunicação social (basta ver o que dele pensam os Jornalistas, não os produtores de conteúdos) ninguém tem dúvidas. É, aliás, uma das matérias onde – em conjunto com mais umas centenas de outras – é catedrático.
E se, até agora, eu tinha sérias dúvidas quanto ao futuro da Lusofonia no contexto desse elefante rosa que dá pelo nome de Comunidade de Países de Língua Portuguesa, agora fiquei sem qualquer dúvida. Não tem futuro.
1 comentário:
Sugiro-lhe uma leitura deste post e se entender publique-o, para que se divulgue melhor quem é esse senhor...
http://porquemedizem.blogspot.com/2008/05/peo-alguma-decncia.html#links
Um abraço
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