O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, disse hoje que a defesa dos direitos cívicos e políticos dos cidadãos angolanos são a prioridade do partido para a legislatura que começa a 15 de Outubro. Como é que que isso se faz com 16 deputados no meio de 191 do MPLA é que ninguém sabe.
O líder do “Galo Negro” deixou esta garantia à saída de um encontro com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que chamou os partidos da oposição com assento parlamentar para os ouvir sobre o novo primeiro-ministro, Paulo Kassoma, que deixa o cargo de Governador Provincial do Huambo para chefiar o executivo em Angola.
Isaías Samakuva explicou que transmitiu a José Eduardo dos Santos “aquilo que no entender da UNITA o novo primeiro-ministro deverá corrigir”. Ou seja, “pensamos que os angolanos devem continuar a apostar no diálogo institucional e não só para cimentar o processo de reconciliação nacional e neste diálogo deve ser tido em conta os direitos políticos e civis dos cidadãos”.
Sobre o papel que a UNITA, que elegeu apenas 16 deputados em 220, cabendo 191 ao MPLA, deve ter na legislatura que começa a 15 de Outubro, Samakuva afirmou que quer que o partido “tenha uma atitude que possa garantir que os direitos civis e políticos dos cidadãos serão assegurados”. É um sonho, legítimo, mas um sonho.
“Isto, porque vemos com preocupação a situação que se está a viver em Angola com a procura de extinguir associações da sociedade que defendem os direitos humanos. E nós queremos que este mandato seja aquele em que fique garantida essa protecção dos direitos civis dos cidadãos”, adiantou.
Samakuva transmitiu ainda ao Presidente da República o desejo da UNITA de seguir aquilo que o Protocolo de Lusaca diz em relação ao Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) que termina com a realização de eleições. “Da nossa parte, temos a noção de ter cumprido esta tarefa da reconciliação nacional”, disse.
Cumpriram sim senhor. E de tal forma cumpriram que, no final, o MPLA ficou com 191 deputados e a UNITA com 16.
Cumpriram sim senhor. E de tal forma cumpriram que, no final, o MPLA ficou com 191 deputados e a UNITA com 16.
Do novo Governo, garantiu, a UNITA “não fará parte”, mas admitiu que cidadãos filiados na UNITA “possam participar se para isso forem convidados”. Se calhar, e para já, não serão convidados. É que estando nos 10%, a UNITA está onde o MPLA quer que ela esteja. Por outras palavras, está... sem estar.
Creio que só quando o Galo Negro der sinais de querer (voltar a) voar é que, aí sim, o MPLA dará novas oportunidades a eventuais dissidentes da UNITA.
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