terça-feira, setembro 09, 2008

Eleições viciadas desde o início pelo MPLA

As eleições legislativas angolanas de sexta-feira e sábado foram "viciadas" desde o início pelo partido no poder, razão pela qual se pode compreender a esmagadora vitória do MPLA, disse hoje à Agência Lusa uma investigadora portuguesa.

Paula Roque, analista de política internacional do Instituto de Estudos de Segurança (ISS), com sede em Pretória (África do Sul), adiantou que os "media" angolanos foram "totalmente manipulados" pelo poder e que, ao longo do último ano, "toda a população foi devidamente enquadrada".

"Os sobas (chefes do poder tradicional) estavam estruturados, os (agentes dos) serviços de informações espalharam-se pelo país para criar o medo, os apoiantes do MPLA foram muito agressivos em relação à oposição", sustentou a investigadora portuguesa, que esteve como observadora eleitoral nas províncias do Huambo e Luanda, tendo já regressado a Pretória.

Sublinhando que, durante a sua permanência em Angola, manteve contactos com a sociedade civil, com a Igreja e com dirigentes partidários das principais forças políticas, Paula Roque disse à Lusa por telefone ter testemunhado, nalguns casos, e que lhe contaram, noutros, todas estas situações.

Segundos os resultados provisórios da votação, e quando estão contados mais de 80 por centos dos votos, o MPLA ultrapassa também os 80 por cento das escolhas dos eleitores, deixando a UNITA com apenas pouco mais de 10 por cento.

"O poder corrompe e o poder total corrompe totalmente. A manipulação extrema da votação levou a esta situação. Cria-se assim um 'Estado de informadores' que é muito perigoso para a democracia. É preciso ter confiança dentro do Estado, caso contrário", alertou Paula Roque, doutorada em Antropologia Social pela Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE) de Portugal.

Segundo a também mestre em Direitos Humanos, título obtido na London School of Economics, o reconhecimento, pela maioria das missões de observação eleitoral internacionais, de que a votação foi "livre, justa e transparente" tem também subjacente os grandes interesses económicos e políticos da comunidade internacional.

"Convinha manter a estabilidade política. Há grandes interesses económicos e políticos que não deixam que se questionem os direitos democráticos, pois o crescimento económico em Angola é o mais alto do mundo", afirmou a investigadora portuguesa, cujo mestrado se centrou particularmente nas leis dos Direitos Humanos e do Direito Humanitário e também nas Relações Políticas Internacionais em África.

Mas Paula Roque responsabiliza também a oposição por não ter previsto este desfecho e por não se ter organizado antes da votação, o que permitiu uma "propaganda extraordinariamente eficiente" por parte do MPLA.

Nesse sentido, questionou sobre qual o papel da UNITA, "que está dividida", e dos outros partidos, "que consideram o "Galo Negro" arrogante por não se juntar à restante oposição, no futuro, tendo em conta que haverá eleições presidenciais em 2009.

"Tudo isto é mau para a democracia. Mas o ónus está agora do lado do MPLA, que terá de cumprir ao longo dos próximos quatro anos as promessas feitas na campanha das legislativas", sublinhou Paula Roque, que trabalhou anteriormente no Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais como coordenadora do Programa de Análise da Presença da China em África.

"Agora, o governo será só MPLA, pois não haverá UNITA que, estranhamente, nem sequer recorreu para o Tribunal Constitucional para contestar os resultados. O MPLA não terá desculpa para não cumprir", concluiu a investigadora portuguesa.

Nota final: Por outras palavras, tudo isto foi escrito em devido tempo e por várias vezes em vários locais, nomeadamente aqui no Alto Hama.

9 comentários:

Anónimo disse...

mas porque certos portugueses nao deixam em paz o povo angolano? angola nos pertence tal e qual portugal aos tugas.
chega meu deixem-nos decidir o nosso futuro do nosso geito

Anónimo disse...

apartir da provincia do bengo gostaria de pedir a senhora roque que cuide dos seus negocios porque ja a conhecemos faz tempo.
acabou o tempo das vacas engordarem as nossas custas ate a unita sabe disso...

Anónimo disse...

desistam de comentarios falsos... sempres o portugas meu querem o que afinal?

Anónimo disse...

Gil Gonçalves
http://patriciaguinevere.blogspot.com/

Em Angola (já) não existe oposição. A que existia era apenas para facturar os subsídios dos partidos políticos.
Agora, outra vez… o Mpla. Bom, parece-me que os mesmos de antes, a tal oposição, vão botar umas bocas, reclamar os subsídios… e volta tudo ao mesmo. Mpla sempre no poder.
Também interessa confessar que os intelectuais da oposição são muito fraquinhos, gostam de se evidenciar na rádio e TV. Não há nada a fazer. Esperemos que o Mpla não acabe com o que resta dos pseudo-intelectuais.

Anónimo disse...

MEUS CAMARADAS EU LAMENTO QUE TENHO Q CONTINUAR A LER ESSES TRISTES COMENTARIOS. ME DISEM O QUE VOCES FALAVAM QUANDO SAIAM DA VIANA APÉ E NO MEIO DE MUITA AGUA DA CHUVA ATE A BAIXA DA CIDADE? JA ESQUECERAM Ó É O COMBOIO QUE MUDOU A OPINIÃO? NÃO FAZ MAL, EU TAMBEM NÃO QUERIA QUE O MPLA PERDESSE MAIS GANHAR ASSIM E PERIGOSO E MAIS OPOSIÇÃO NÃO É SÓ UNITA. ATENÇÃO NOS VOTAMOS PARA A ESCOLHA DE DEPUTADOS E QUANTO MAIS OPOSIÇÃO NO PARLAMENTO MELHOR PARA O POVO. EU LAMENTO PELOS VOSSOS POBRES COMENTARIOS, MEUS IRMÃOS VOCES SE CONTENTAM COM O POUCO E ELE SABEM ISSO. QUE PENA.

Anónimo disse...

Gil Gonçalves

há certos portugueses que são mais angolanos, que... falsos angolanos abundam por aí. Fogem e badalam.

Anónimo disse...

Gil Gonçalves

Angolano? isso é quê?!

Procura-se a identidade cultural perdida de um povo. Angolano sem identidade cultural não fala... escuta e aprende.
33 anos de analfabetismo não chegam?
E na globalização... já não existem nacionalidades. A não ser que seja para angolano ver.
Estamos entendidos?

Anónimo disse...

Gil Gonçalves

Angolano? isso é quê?!

Procura-se a identidade cultural perdida de um povo. Angolano sem identidade cultural não fala... escuta e aprende.
33 anos de analfabetismo não chegam?
E na globalização... já não existem nacionalidades. A não ser que seja para angolano ver.
Estamos entendidos?

Anónimo disse...

Faz favor deixem-nos em paz. Nos so queremos edificar e reconstruir o nosso País!! Cuidem do que é vosso e não se preocupem connosco. Com o MPLA ou com a UNITA, não interessa. Em vez de voces tentarem ofender o povo Angolano não aceitando o que ele decidiu nas urnas, deveriam antes aceitar e caminhar lado-a-lado, ajudando-nos a reconstruir esta bela pátria. È tão ridiculo a vossa tentativa de procurar culpados por esta derrota da UNITA que ate já enjoa!! Em vez de buscar fantasmas tentem perceber como é que o Angolano encara cada partido!! E não pensem que todos que votaram no MPLA são os tais que se deixam enganar pelas maratonas da CUCA e os pinchos. Ou ainda os intelectuais Vendidos. Somos todos nós que por falta de alternativas viaveis decidimos escolher o "mal menor". Mais uma vez peço-vos que parem com esses comentarios menos abonatorios, nem Angolanos nem Portugueses precisam disso!!