No passado dia 12 de Janeiro, o Ministro da Defesa de Angola, Kundy Paihama, “botou faladura” num comício na Sede do Município da Matala e, quanto a mim, prestou um alto serviço ao país e até, digo-o em consciência, ao mundo democrático. É por isso que, porque Angola tem de mudar nem que seja daqui a quatro anos, importa pôr a memória a funcionar.
Eu sei que tanto o MPLA como a UNITA, embora muito mais o primeiro, não gostam de quem tem memória. Acham, aliás, que Angola só começou a existir em 11 de Novembro de 1975 e que, por isso, só tem futuro e algum presente (o que mais convém). Passado, nem vê-lo.
“Não percam tempo a escutar as mensagens de promessas de certos Políticos”, disse com o seu habitual brilhantismo oratório o ministro da Defesa do MPLA e do regime que (des)governa Angola desde 1975 e que assim vai continuar durante mais quatro anos, pelo menos, acrescentando: “Trabalhem para serem ricos”.
Digam lá que Kundy não é o espelho fiel do rei Eduardo dos Santos, o tal que promete um "caminho seguro para uma Angola melhor"?
Continuemos apelando à memória para bem dos milhões que têm pouco ou nada e que, ao contrário dos generais que compram quintas em Portugal para produzir vinho, nem dinheiro têm para um copito, com as verdades do ministro que, digo eu, deveriam fazer parte das enciclopédias políticas das universidades angolanas e, porque não?, de todo o mundo civilizado. É por isso que as recordo, está bom de ver.
“Durmo bem, como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”, afirmou o ministro da Defesa do MPLA e do regime que (des)governa Angola desde 1975, Kundy Paihama. Não, não há engano. Reflectindo a filosofia basilar do MPLA, Kundy disse exactamente isso: o que sobra não vai para os pobres, vai para os coitados dos cães.
E por que não vai para os pobres?, perguntam vocês, eu também, tal como os milhões (ou serão só meia dúzia?) que todos os dias passam fome. Não vai porque não há pobres em Angola. E se não há pobres, mas há cães…
Continuemos com o discurso do ministro da Defesa do MPLA e do regime que (des)governa Angola desde 1975: “Eu semanalmente mando um avião para as minhas fazendas buscar duas cabeças de gado; uma para mim e filhos e outra para os cães”.
Não admira, por isso, que tantos angolanos tenham votado no MPLA. Todos procuram, afinal, ter a mesma sorte que os cães de Kundy Paihama.
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