O primeiro-ministro das ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos, José Sócrates, afirmou-se hoje "profundamente satisfeito" com a forma "transparente, livre e democrática" como decorreram as eleições legislativas em Angola, e saudou as autoridades de Luanda pela conclusão deste processo em "paz" e "liberdade".
E, de bajulação em bajulação, lá vai o governo de Portugal combatendo o défice. A ajuda do MPLA (via Sonangol e similares) é vital para que Sócrates vá dizendo que a economua lusa vai sobreviver.
"As eleições são da maior importância para o prestígio internacional de Angola, para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e também para Portugal na sua relação com este país. Por isso, quero felicitar desde logo o povo angolano, já que sei bem o que estas eleições representam enquanto instrumento de institucionalização da vontade popular nas decisões do seu país", disse.
Porque será que tenho a sensação de que Sócrates está a gozar quer com a chipla dos portugueses quer com a dos angolanos, mormente com a daqueles 68% que passam fome? Ou será que esses não são angolanos? Se calhar é isso.
"Estas eleições representam a passagem de Angola para o conjunto dos países democráticos, que resolvem os seus problemas com eleições. Como disseram os observadores europeus, estas eleições foram feitas com transparência, foram um passo no sentido da democracia e da paz e os eleitores votaram com total liberdade", salientou o chefe do Governo português.
Eu sei que José Sócrates trouxe da última viagem a Luanda um manual do MPLA autografado pelo seu presidente. Sei, por isso, que o primeiro-ministro de Portugal não ouviu nem leu o que disse o também observador da União Europeia, Richard Howitt.
Não ouviu, nem leu, aquela parte em que Richard Howitt diz: «Após uma tortuosa jornada, encontrámos uma situação estranha, onde havia tendas, macas, camas e comida ao desbarato para cerca de 1500 pessoas. Cinco pessoas que entrevistámos apresentaram provas de que tudo tinha sido financiado pelo governo».
Também não ouviu, nem leu, Richard Howitt dizer: «Vi representantes do partido do poder não só à frente das assembleias, mas junto às mesas onde as pessoas estavam a votar».
"Estas eleições foram livres, justas, tiveram problemas organizativos naturalmente, mas que serão corrigidos certamente nos próximos actos eleitorais", disse ainda José Sócrates.
Creio, aliás, que o líder do PS vai enviar a Angola alguns dos seus principais assessores para aprenderem com o MPLA a fórmula para se ganhar eleições, obviamente democráticas e livres, com mais de 80%.
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