Talvez pouco adiante, como já fizeram o favor de me recordar alguns amigos da UNITA, começar a dizer nesta altura que a vitória seguinte começou com a derrota anterior. Não se trata de contar espingardas no seio do Galo Negro mas, antes, preparar a próxima batalha, até porque para o ano estarão aí as eleições presidenciais em Angola.
As legislativas acabaram por derrotar em todas as frentes não a estratégia mas a sua execução pelos “generais” da UNITA. Como já em tempos aqui disse, creio que se Jonas Savimbi fosse vivo muitos desses “generais” da equipa da Isaías Samakuva não passariam de “cabos”.
Esperando que a Direcção da UNITA, esta ou qualquer outra, prefira ser salva pela crítica do que assassinada pelo elogio, voltarei (passado o tempo da campanha em que não houve lugar a divisões) a dizer o que penso. Desde logo, lembrando que muitos dos “generais” escolhidos para o anterior combate levantaram os braços e içaram um pano branco quando se ouviu o primeiro “tiro”.
Creio, feito o balanço da hecatombe eleitoral, que a UNITA não estava mesmo preparada para ser governo e queria apenas assegurar alguns tachos e continuar a ser o primeiro dos últimos.
O sacrificado povo angolano, mesmo sabendo que foi o MPLA que o pôs de barriga vazia, não viu na UNITA a alternativa válida que durante décadas lhe foi prometida, entre muitos outros, por Jonas Savimbi, António Dembo, Paulo Lukamba Gato, Alcides Sakala e Samuel Chiwale.
Terá sido para ver a UNITA com pouco mais de 10% que Jonas Savimbi lutou e morreu? Não. Não foi. E é pena que os seus ensinamentos, tal como os seus erros, de nada tenham servido aos que, sem saberem como, herdaram o partido e a ribalta da elite angolana.
É pena que os que sempre tiveram a barriga cheia nada saibam, nem queiram saber, dos que militaram na fome, mas que se alimentaram com o orgulho de ter ao peito o Galo Negro.
Se calhar também é pena que todos aqueles que viram na mandioca um manjar dos deuses estejam, como parece, rendidos à lagosta dos lugares de elite de Luanda.
Por último, se calhar também é de lamentar que figuras sem passado, com discutível presente, queiram ter um futuro à custa da desonra dos seus antepassados que deram tudo o que tinham, incluindo a vida, para dignificar os Angolanos.
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