O presidente zimbabueano, Robert Mugabe, e o líder da oposição Morgan Tsvangirai falharam hoje um acordo sobre a formação de um governo de união nacional, anunciou a oposição, que apelou à intervenção do mediador nesta crise, Thabo Mbeki.
"Houve um impasse (nas discussões de hoje), a questão foi apresentada ao mediador", o antigo presidente sul-africano Thabo Mbeki encarregado pela África Austral de uma missão de mediação que levou à assinatura de um acordo de partilha do poder a 15 de Setembro, anunciou o porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) Nelson Chamisa.
Chamisa explicou à agência noticiosa francesa AFP que Tsvangirai e Mugabe se "encontraram hoje à tarde para discutir questões em suspenso relativas (à formação) do gabinete".
"Infelizmente, a Zanu-PF (União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica, no poder) manteve a sua posição insistindo em ter todos os ministérios importantes, em contradição com o espírito do acordo de partilha do poder", disse.
"No MDC, recusamos ser parceiros de segunda categoria num governo" de união nacional, disse ainda, adiantando: "Uma partilha do poder é suposto ser uma parceria entre iguais".
Mugabe, Tsvangirai e o líder de uma pequena formação dissidente do MDC, Arthur Mutambara, assinaram a 15 de Setembro um acordo histórico de partilha do poder para permitir ao país sair da crise nascida da derrota do regime nas eleições de 29 de Março.
Segundo o acordo, Mugabe mantém o posto de presidente, Tsvangirai torna-se primeiro-ministro e Arthur Mutambara o seu adjunto, num governo com 15 ministros do partido no poder, 13 do MDC-Tsvangirai e três do MDC-Mutambara.
Mas o acordo até agora só existe no papel, dado que a formação do governo de união nacional embate na atribuição dos principais ministérios.
Segundo uma fonte próxima das negociações, a Zanu-PF pretende manter os Ministérios da Defesa, do Interior, da Segurança do Estado e das Finanças.
Mugabe afirmou segunda-feira que o governo de união nacional estará pronto no final da semana, desmentindo assim a existência de um impasse nas negociações com a oposição.
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