
Na abertura da reunião do comité permanente da comissão política da UNITA, Samakuva admitiu que "algumas vozes" acham que, face aos resultados alcançados nas legislativas, o líder do partido devia demitir-se.
"Acreditamos que não está em causa a direcção da UNITA, mas sim a UNITA ela própria, enquanto defensora dos princípios e valores que o regime combate num contexto histórico da luta dos angolanos pela cidadania plena", afirmou Samakuva.
E afirmiu bem. No entanto, se é a própria UNITA (como diz) que está em causa, quem é responsável máximo? Não me digam que é o mais humilde dos militantes. Que eu saiba, a responsabilidade parte de cima. Ou será que, como no MPLA, só é assim em caso de vitória?
E afirmiu bem. No entanto, se é a própria UNITA (como diz) que está em causa, quem é responsável máximo? Não me digam que é o mais humilde dos militantes. Que eu saiba, a responsabilidade parte de cima. Ou será que, como no MPLA, só é assim em caso de vitória?
O líder do partido do "Galo Negro" disse estar "certo que os angolanos se têm identificado mais com as conquistas e valores defendidos pela UNITA, do que com os seus líderes em cada momento". Também é verdade. Mas não chega. Ou a esta UNITA basta ser o primeiro dos últimos?
Isaías Samakuva assume a "plena responsabilidade" pelos resultados alcançados no escrutínio, referindo também não estar em causa a direcção da UNITA, que considera "legitimamente eleita", mas a "subversão do processo democrático e a manipulação da vontade popular" durante as eleições de 5 e 6 de Setembro.
“Legitimamente eleita” não deve significar, digo eu, incólume a erros e punições. E se Samakuva assume a “plena responsabilidade” pela catástrofe deve, deveria, pôr o seu lugar à disposição do partido. Se este o voltar a reconduzir, então sim.
Isaías Samakuva assume a "plena responsabilidade" pelos resultados alcançados no escrutínio, referindo também não estar em causa a direcção da UNITA, que considera "legitimamente eleita", mas a "subversão do processo democrático e a manipulação da vontade popular" durante as eleições de 5 e 6 de Setembro.
“Legitimamente eleita” não deve significar, digo eu, incólume a erros e punições. E se Samakuva assume a “plena responsabilidade” pela catástrofe deve, deveria, pôr o seu lugar à disposição do partido. Se este o voltar a reconduzir, então sim.
Continuar, depois de aceitar os resultados, a culpar o MPLA pelas muitas vigarices que fez, não me parece correcto.
A UNITA perdeu a batalha. Ao contrário de outros tempos, não perdeu os principais generais porque esses estavam em lugares seguros e não em posições sujeitas ao fogo inimigo. Não os perdeu em combate mas deve-os perder nas necessárias mudanças políticas.
Se os não perder, a UNITA prova que alinha na subserviência e não na competência, que advoga a impunidade para quem manda, mesmo que mande mal. E se é isso que defende, não vejo qual é a diferença entre ela e o MPLA.
Ou será que, para manter o status quo, os dirigentes actuais da UNITA não se importam de ser escravos? É que, na minha opinião, os angolanos esperam, ou esperavam, que Samakuva dissesse o que dizia (recordam-se?) o Mais Velho: «Ise okufa, etombo livala» (prefiro a morte à escravatura).
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