quinta-feira, setembro 04, 2008

MPLA impede entrada de jornalistas lusos
- É a democracia, dirão Cavaco e Sócrates

Ao impedir que a SIC, o Expresso, a Visão, o Público e a Rádio Renascença entrem am Angola para dar voz a quem a não tem, o MPLA mostrou – como diz José Manuel Fernandes (director do Público) – que só convocou eleições porque sabia que as ia ganhar. É, portanto, uma bela lição de democracia. Tão bela que tanto Cavaco Silva como José Sócrates estão calados.

Como já se sabia, como aqui foi escrito dezenas de vezes, o MPLA mostra a força dos seus dólares não só dentro de Angola, onde é dono e senhor dos principais órgãos de informação públicos, como também em Portugal. Comprou os que conseguiu e impediu os outros de entrarem no país.

Não que o que se mostrar, disser ou escrever nas ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos e das quais o senhor José Sócrates (grande amigo do presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos) é dono e senhor, vá alterar ou influenciar grandemente o resultado eleitoral.

A estratégia é outra. Passa por utilizar a comunicação social amiga para dar cobertura, legitimidade e transparência a eventuais e, na minha óptica mais do que prováveis, vigarices.

Os bons negócios que Portugal fez nos últimos tempos com Angola, mesmo que a bajulação de Sócrates ao presidente do partido que governa(?) Angola desde 1975 seja chamada de diplomacia económica, já se integram nessa estratégia.

Também os fortes investimentos das empresas e dos empresários do MPLA (é um sofisma dizer-se que são de empresas angolanas) em Portugal fazem parte de uma sementeira que, agora e ainda mais nos próximos tempos, visa não só calar os críticos como ampliar os bajuladores.

Não sei (isto é...) porque carga de chuva assessores do poder em Portugal, embora salvaguardados pelo caquéctico chavão de “este é um contacto informal e feito a título pessoal”, procuraram a tempo e horas saber que tipo de cobertura se ia fazer das eleições em Angola e quem seriam os jornalistas destacados para tratar do assunto.

Não era, está bom de ver, com o intuito de influenciar seja o que for. Era apenas (pois caro!) com a ideia de pugnar pela liberdade de expressão e, ainda, pelo direito de todos serem informados com rigor e isenção. Estão a ver, não estão?

Curiosamente, em alguns casos, também em contactos informais e a título pessoal, gente próxima do poder em Angola quis saber as mesmas coisas. É, pois, de enaltecer esta sacerdotal e coincidente preocupação com o rigor, a liberdade e a isenção.

Ainda no âmbito dos contactos informais e a título pessoal, toda estes filantropos ficam à disposição “para ajudar no que for preciso”. Portanto, todos os produtores de conteúdos portugueses podem estar descansados. E daqui a uns dias a recompensa chegará, via Banco de Desenvolvimento de Angola ou, quiçá, via um congénere luso.

1 comentário:

renato gomes pereira disse...

estou esperando o meu cheque...eh!eh!