sexta-feira, setembro 05, 2008

Nem no dia da votação o MPLA
esconde a sua vocação ditatorial

Se não tivesse a certeza de que iria ganhar as eleições, acrescentando mais quatro anos aos 33 que já leva no poder, o MPLA não teria levado a cabo as de hoje. Mesmo assim, a máquina da ditadura está a tremer. Temem que os angolanos tenham mesmo acreditado que o voto era secreto.

A enorme afluência às urnas, apesar dos atrasos, da falta de boletins de voto, de cadernos eleitorais etc. lançou o pânico no estado-maior do regime. A medida imediata tomada pelo MPLA (vamos ver se a concretiza) foi a de atrasar ao máximo a votação de modo a legitimar o prolongamento por mais um dia.

Alguém compreende que centenas de angolanos tenham sido obrigados a esperar mais de 90 minutos para exercerem o seu direito de voto na zona da cidade alta, em Luanda, se estavam na hora certa no local certo, só porque alguém entendeu que o primeiro voto teria de ser do presidente da República e do MPLA?

Alguém compreende que polícias estejam a distribuir boletins de voto e a ensinar a votar?

Alguém compreende que os delegados do MPLA digam aos eleitores que os atrasos se devem ao facto de os angolanos não estarem todos a votar no mesmo partido?

Alguém compreende que os delegados do MPLA estejam, sobretudo nas zonas mais afectas à Oposição, a dizer que não vale a pena estar nas longas filas porque poderão votar amanhã?

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