Johan Nel, um jovem branco de 19 anos que matou em Janeiro deste ano quatro pessoas e feriu outras 11 apenas por serem de raça negra, foi hoje condenado a quatro penas de prisão perpétua mais 169 anos de prisão no tribunal de Mafikeng, noroeste da África do Sul.
Os bons exemplos da justiça deveriam ser adoptados por outros países, digo eu. Mas se fosse, por mero exemplo, nas ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos, apanharia 25 anos no máximo e ao fim de meia dúzia (se tanto) estaria na rua.
Em 14 de Janeiro, Nel parou a carrinha do pai nas imediações do bairro de barracas de Skierlik, na região de Swartruggens, e disparou sobre vários residentes com uma espingarda de caça à medida que caminhava para o interior do bairro.
Entre as vítimas mortais contam-se duas crianças, uma de 10 anos e outra de apenas quatro meses que era transportada pela mãe – que também foi atingida mortalmente - nas costas.
No decorrer do julgamento testemunhas afirmaram que o jovem gritou expressões racistas como “Venham cá, malditos cafres” e “Vamos matá-los todos hoje, bastardos negros”, enquanto disparava em todas as direcções.
Considerando-se culpado dos crimes de que foi acusado, Johan Nel não deu qualquer explicação para as suas acções no dia 14 de Janeiro, afirmando apenas “não ser ele” no fatídico dia em que levou a cabo o massacre.
Uma psicóloga que acompanhou Nel durante o período de preparação para o julgamento testemunhou que o jovem foi vítima de “um profundo medo dos negros” incutido pela educação familiar que recebeu desde o nascimento.
“Viveu desde sempre com medo de que um dia iria ser atacado e morto (pelos negros), e não nutriu qualquer ideia positiva de viver numa nação do arco-íris”, declarou a psicóloga Irna Labuschagne.
As sessões do julgamento de Johan Nel na pequena cidade de Mafikeng tiveram sempre lotação esgotada, e grupos de manifestantes concentraram-se sempre no exterior do tribunal exigindo uma sentença pesada para o réu.
Sem comentários:
Enviar um comentário