sábado, novembro 22, 2008

Um país feio, porco e mau

Parafraseando um editorial de 2002 (a propósito da Casa Pia), assinado pelo António Ribeiro no Notícias Lusófonas, creio que, com o folhetim Banco Português de Negócios, Portugal cimentou a sua imagem de um país “feio, porco e mau”.

Nessa altura, o António Ribeiro defendia a peregrina (digo eu) tese de que deverim ser ”exemplarmente punidos todos os que nele participaram e também aqueles que, por negligência ou omissão, permitiram a continuação de tais práticas durante mais de duas décadas.”

No caso BPN, apesar da prisão de Oliveira e Costa e recordando a troca de acsuações entre Dias Loureiro e António Marta (ex-vice governador do Banco de Portugal ), creio que será mais um caso que comprovará que a desvergonha «made in Portugal» não tem limites.

Será que os portugueses acreditam que vai haver justiça neste caso, tanta parece ser a mistura de farinha tirada do mesmo saco? Não creio que vá haver justiça. E não vai porque muitos políticos empresários e empresários políticos são mesmo feios, porcos e maus.

São os que em tempo útil se calarem e são os de hoje por estarem voluntariamente amarrados.

Serem os portugueses feios, porcos e maus parece algo que está no sangue, salvo algumas (muito poucas) excepções. Tão poucas que até os Jornalistas que agora falam do assunto BPN vão, como o foram os que no início da década de 80 avançaram no caso Casa Pia, ficar calados.

E esse silêncio será recompensado. É só uma questão de tempo. Não tardará muito e estarão como directores ou administradores de um qualquer órgão da comunicação social... Os Jornalistas mais teimosos (que também os há, é verdade) poderão, a todo o momento, entrar para a lista de dispensáveis... pelos altos serviços prestados.

Deixem-me, também por comodismo mas sobretudo por estar de pleno acordo, continuar a citar o brilhante texto do António Ribeiro, agora adaptado ao caso BPN: “O que aqui está em causa não se pode compadecer com os proverbiais brandos costumes portugueses nem com o velho hábito de deixar tudo nas meias tintas”.

É exactamente isso. Deveria ser exactamente isso. E por ser isso é que, mais uma vez, ninguém se lembra de ter ouvido falar em indícios, em avisos, em alertas. Governador do Banco de Portugal, Presidentes da República, ministros, secretários de Estado, deputados, procuradores gerais da República, magistrados, polícias etc. ninguém deu fé.

E, se calhar, não ter dado fé, continuar a não dar fé, é tão conveniente que, creio, até poderá um dia destes dar direito a uma comenda pelos altos serviços prestados à Nação...

Convenhamos, contudo, que os silêncios continuam a ser comprados. Tal como foram outros, tal como serão outros. Portugal começa a deixar de ser um país (Nação há muito que o deixou de ser) para passar a ser, apenas e tão só, um lugar muito mal (muito mal, mesmo) frequentado.

Na minha opinião este é mais um caso que vai ficar, salvo uma ou outra punição cosmética, em águas de bacalhau. Pelo cheiro, a água já está a ficar putrefacta.

Mas, apesar disso, há sempre alguns (ao que parece são muitos) para quem chafurdar na merda é uma questão de vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Feio,porco e mau e de que maneira!!!...
A começar (por algumas que são muitas, mentalidades, feias, porcas e más, principalmente de uns da direita, outros da extrema-direita, que nem sequer sabem o que é, o que significa, e o que trata, mas são, isto é, o rebotalho para arruaça e confusão há espera das oportunidades, para fazerem a farra de rua, alguém diz, a raia miúda, alguns, são intriguistas muito, mal dizentes muito mais, inventores dos boatos que distorcem as verdades dos factos sobre pessoas, e se um amigo em desabafo confiando, lhe conta a sua vida privada ou os seus problemas, daí a cinco minutos esse desabafo, a vida privada de quem confiou é levada a todo o Portugal em hasta pública pelas ruas da amargura e da lama, eles têm uma apetência nata para o mal dizer, são racistas, xenófobos , melhor dizendo são seres cheios de complexos e frustrações, que não estão bem consigo próprios, daí dizer FEIOS, PORCOS E MAUS). É que as heranças de cultura, princípios e educação têm peso e infelizmente herdam- se.