A Indonésia deu início aos contactos para obter o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), revelou hoje à Agência Lusa o embaixador indonésio em Lisboa. A Lusofonia está salva!
Francisco Lopes da Cruz reivindicou para si essa ideia e indicou ter mantido já contactos informais quer com o governo de Jacarta, quer com as diferentes autoridades portuguesas e com o secretariado-executivo da própria CPLP, que se mostraram disponíveis para analisar o assunto.
Já agora! Sendo que a CPLP é um elefante branco, até pode ser que os amigos de Timor-Leste lhe consigam dar uma outra cor. Talvez o pintem de preto.
"Foi uma ideia que abordei há cerca de dois anos e, na altura, conversei com o Presidente da República, com o presidente do Parlamento e com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal", disse Lopes da Cruz, e estes, recordou, acolheram com satisfação a ideia. Quem diria…
“Para já, acrescentou, trata-se apenas de conversas informais", tendo Lopes da Cruz garantido que também falou com os chefes da diplomacia timorense e indonésia.
"A ideia surgiu porque, entre outras razões, a Indonésia tem Timor Leste como vizinho e as relações entre os dois países são excelentes. Por outro lado, há muitas razões de ordem histórica que ligam a Indonésia a Portugal", sustentou, exemplificando com o facto de a língua indonésia contar com cerca de duas mil palavras de origem portuguesa.
Por outro lado, disse, as semelhanças entre os idiomas permite que cerca de 80 por cento das palavras portuguesas terminadas em "ão" sejam, em Baasa, terminadas em "si".
"Há quatro anos, a Indonésia começou a demonstrar interesse em aprofundar as relações com Portugal, tendo sido criado na Universidade de Jacarta um curso de Língua Portuguesa, que tem tido bastante sucesso", afirmou.
Em Outubro, uma delegação do parlamento indonésio esteve em Portugal para, entre outras questões, abordar a adesão da Indonésia à CPLP, quer com a Assembleia da República, através do seu presidente Jaime Gama, quer com o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira.
Actualmente, os oito Estados que integram a comunidade lusófona contam com três observadores associados - Guiné Equatorial e Maurícias (estatuto obtido em 2006, durante a Cimeira de Bissau) e Senegal (desde a cimeira de Lisboa, realizada em Julho deste ano).
Actualmente, os oito Estados que integram a comunidade lusófona contam com três observadores associados - Guiné Equatorial e Maurícias (estatuto obtido em 2006, durante a Cimeira de Bissau) e Senegal (desde a cimeira de Lisboa, realizada em Julho deste ano).
A CPLP, criada em 1996, contava então com sete Estados: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002, pouco depois de alcançar a independência, Timor-Leste tornou-se o oitavo membro da organização.
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