Cerca 70 jornalistas sudaneses foram ontem presos durante uma manifestação pacífica contra a censura realizada diante do parlamento de Cartum, segundo organizadores do protesto.
No início deste mês, mais de 150 jornalistas sudaneses declararam-se em greve de fome e três jornais independentes suspenderam a publicação para protestar contra a censura exercida pelo governo sudanês.
A Constituição interina do Sudão garante a liberdade de imprensa e de expressão. Mas a censura é diária, exercida por funcionários do poderoso aparelho de segurança que controla o fecho das edições todas as noites.
Os jornalistas em greve denunciam a censura diária, principalmente as notas relacionadas com temas como o conflito em Darfur, a corrupção, os direitos humanos e as acusaçoes feitas pelo Tribunal Panel Internacional contra o presidente Omar al-Bashir.
Como diria certamente o ministro português Augusto Santos Silva, por iniciativa própria ou por determinação (obviamente democrática) do primeiro-ministro José Sócrates, a culpa é dos jornalistas.
E claro que é. Se não fossem eles, o Sudão estaria em paz e sossego e nem sequer existiria Darfur e muito menos a denúncia de 300 mil mortos.
Resta-me, contudo, a consolação de saber que os jornalistas sudaneses (ao contrário dos seus colegas das ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos) ainda protestam...
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