O Governo do Zimbabué, aquele próspero e democrático país do sul de África que é na actualidade o maior exportador mundial de... refugiados, afirmou hoje que enquanto decorrerem as negociações para a formação de um executivo de unidade nacional não será o momento certo para visitas de estrangeiros, como a do ex-secretario-geral da ONU, Kofi Annan.
Ora aí está uma atitude sensata. E como, a fazer fé no que se tem passado nos últimos meses, as negociações vão continuar até que Deus explique a Robert Mugabe que já passou a vez dele, o melhor é suspender todas as entradas aí por mais seis meses.
O Governo do Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, impediu hoje a visita ao país de Kofi Annan, do antigo Presidente norte-americano Jimmy Carter e da activista dos Direitos Humanos Graça Machel, que pretendiam avaliar a situação humanitária no país em nome do "Grupo dos Anciãos", ao qual pertencem.
Sejamos francos. O que eles queriam era atazanar a paciência do presidente. E ele, como bom democrata que é, não está com paciência para aturar gente preocupada com uma coisa que não existe no Zimbabué: os direitos humanos. E se não existe...
Christopher Mutsvangwa, dirigente da União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-FP), encabeçada por Mugabe, afirmou hoje que "o Governo deixou claro que os 'anciãos' podem deslocar-se ao país quando terminarem as negociações".
Nessa altura (seis meses no máximo) já Deus terá falado com Mugabe ou, eventualmente, algum patriota lhe terá enfiado um balázio na mona.
Questionado pela Agência EFE sobre a data desse "momento adequado", o responsável afirmou que a pergunta terá de ser colocada ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Simbabrashe Mumbengegwi, que não está disponível para falar à imprensa.
Harare acusou o "Grupo dos Anciãos" de apoiar o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), o principal partido da oposição, envolvido em difíceis negociações com o regime do Presidente Robert Mugabe para a formação de um governo de unidade nacional.
O "Grupo dos Anciãos", composto por uma dezena de personalidades internacionais, foi criado em 2007 por Graça Machel e o seu marido, o antigo Presidente sul-africano Nelson Mandela, e inclui o bispo sul-africano Desmond Tutu, conhecido crítico do Governo de Mugabe.
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