A banca de jornais angolana vai passar a contar com um novo título, O País, que será "imparcial e rigoroso" no tratamento das notícias, prometeu esta quinta-feira no lançamento, em Luanda, o respectivo director, Luís Fernando.
“Imparcial e rigoroso”? Não está mal. Aliás, quem melhor que o Luís Fernando, um jornalista que levava ao fanatismo o seu amor (ou seria outra coisa?) pelo MPLA, para dirigir um semanário “imparcial e rigoroso”? Sim, quem?
Numa cerimónia curta, realizada em Talatona, no município de Samba, Luanda, e em que esteve presente (como não podeia deixar de ser) o vice-ministro da Comunicação Social, Miguel Wadjimbi, Luís Fernando prometeu "imparcialidade e rigor no tratamento da notícia".
Aliás, a “imparcialidade e rigor” são a coluna vertebral do manual do MPLA, o único admissível num país (eu sei que há outros) que continua a confundir as esquinas da vida com a vida nas esquinas.
Luís Fernando, que foi anteriormente director do diário estatal, órgão oficial do MPLA, Jornal de Angola, destacou ainda o empenho da redacção, que integra jornalistas portugueses e angolanos, alguns destes recrutados noutros títulos da imprensa angolana.
Empenho é, aliás, coisa que não falta a todos aqueles que em Angola, como noutros países, precisam de se descalçar para contarem até 12. Empenho, subserviência e clientelismo que, mais uma vez, vai prostituir o Jornalismo e amamentar todos aqueles parasitas que, em vez de darem voz a quem a não tem (isso é que é Jornalismo), vão ampliar os latidos dos donos, dos chefes e similares.
"O semanário O País vai ser um jornal de referência na imprensa angolana", garantiu Luís Fernando. Cá estamos, sentados, para ver se, mais uma vez, referência não vai rimar com subserviência... e muitos dólares.
Luís Fernando nasceu em 1961 na província do Uíge. É Licenciado em Jornalismo pela a Universidade de Havana (Cuba) e é autor dos livros "90 palavras", "A saúde do Morto", "João Kyomba em Nova York" e "Clandestinos no Paraíso".
1 comentário:
Qual vai ser a novidade e a diferença? Se a ordem que vão se receber é de passar o noticiario igual da angop. Um jornal criado pelo regime mais um que vai passar noticiario da angop.
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