«O civismo demonstrado nestas eleições pelo povo guineense, é uma vitória do próprio povo e a ele se deve felicitar, por ter cumprido com a sua parte no chamamento do dever. É triste que o presidente da República portuguesa, Prof. Aníbal Cavaco Silva, queira transmitir ao povo português e ao mundo, que o sucesso do civismo popular (atenção que ainda falta a vez dos políticos...), que caracterizou a campanha eleitoral e o acto de votação na Guiné-Bissau, teve o cunho presidencial do general ditador Nino Vieira.
Que sabe o Prof. Aníbal Cavaco Silva sobre a Guiné-Bissau?
Pelos vistos, nada sabe, pois se soubesse, de certeza que não felicitaria um presidente que matou, mandou matar e continua a mandar matar;
Se soubesse, não felicitaria um presidente que, 29 dias depois de ter chegado ao poder em 2005, demitiu um governo legítimo saído das legislativas de 2004, por vingança pessoal, prejudicando todo o processo de reformas em curso, bem como, dividindo os guineenses;
Se soubesse algo sobre a Guiné-Bissau, o Senhor Prof. Aníbal Cavaco Silva saberia que, a imagem de narco-Estado com que hoje se rotula a Guiné-Bissau, tem tudo a ver com o general ditador Nino Vieira;
Se soubesse algo sobre a Guiné-Bissau, o Professor Aníbal Cavaco Silva saberia que de 2005 a 2008, em plena presidência de Nino Vieira, a Guiné-Bissau teve 4 chefes de governo!
Se soubesse algo sobre a Guiné-Bissau, saberia o Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva que Nino Vieira é o principal obstáculo à Paz, à Estabilidade e ao Desenvolvimento da Guiné-Bissau!
Em Portugal, há guineenses que já receberam ameaças de morte e eu sou um deles, a mando de Nino Vieira, sabe o Prof. Aníbal Cavaco Silva o porquê?
Porque o seu amigo Nino Vieira, nunca deixará de ser um ditador, mesmo que o Senhor Professor e outras figuras de Estado dos países de língua portuguesa o definam como um democrata!
Quem felicita um ditador, seja por que motivo for, está a dar-lhe trunfos, ao mesmo tempo que está a desgastar o trabalho dos que lutam pela mudança contra as ditaduras!»
Nota: Artigo de Fernando Casimiro (Didinho) publicado aqui:
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