terça-feira, novembro 25, 2008

Annan, Jimmy Carter e Graça Machel
querem derrubar Deus, isto é, Mugabe

Com que então o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, o antigo secretário-geral da ONU Kofi Annan, e Graça Machel, mulher do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, conspiram para derrubar o democrata presidente do Zimbabué!?!

Que coisa feia! É, pelo menos, disso que o regime zimbabueano os acusa hoje, através do jornal governamental “Herald” (é o “Jornal de Angola” lá do sítio): conspiração para derrubar o Chefe de Estado do Zimbabué, Robert Mugabe.

Os dois homens e a defensora de Direitos Humanos e mulher do ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela viram, no passado fim-de-semana, recusada a sua entrada no Zimbabué, onde deveriam deslocar-se numa missão humanitária, em nome do grupo de reflexão dos Anciãos.

"A missão dos Anciãos fazia parte de um plano do Reino Unido e dos Estados Unidos de levar a ONU" a desencadear a cláusula de ingerência, segundo o “Herald”.

Está à vista que era isso. Aliás, Mugabe tem informações de que Graça Machel transportava, inclusive, na mala uma metralhadora para o tentar assassinar.

O diário acusa o Annan e Carter de quererem preparar o terreno para uma intervenção da ONU, ao elaborarem um relatório sobre uma situação humanitária catastrófica que permitiria desencadear o direito de ingerência.

Mugabe volta a ter razão. Como é que querem avaliar uma situação (humanitária) que não existe. Se não existe, não pode ser avaliada. É tão simples quanto isso.

O jornal retoma a retórica do Presidente Mugabe (de 84 anos, no poder desde a independência do país, em 1980 e credenciado – segundo diz – por Deus para lá ficar enquanto quiser), que acusa frequentemente o Reino Unido de querer voltar a colonizar o país.

O Zimbabué, que foi depois da independência da Grã-Bretanha, em 1980, uma das nações mais prósperas de África, está hoje mergulhado numa profunda crise, que se começou a acentuar a partir de 2000 quando o presidente Robert Mugabe e o seu regime deram início a um programa de expropriações de pelo menos 4.500 fazendas pertencentes a brancos, a maioria das quais estão hoje improdutivas, abandonadas ou nas mãos de altas figuras do regime.

A economia está praticamente paralisada, a taxa de inflação atingiu os 231 milhões por cento ao ano e na grande maioria do território o abastecimento de electricidade e água potável cessou quase por completo. Em resultado, a cólera começou a propagar-se por nove das dez províncias zimbabueanas, tendo vitimado já cerca de três centenas de pessoas.

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