A parceria UE/África ficará "empobrecida" se Portugal não assumir um papel fundamental, porque é um dos "países que sabe construir pontes com os africanos", considerou em declarações à Agência Lusa (a quem mais poderia ser?) o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
"Não tendo nós a Presidência da UE - e não voltaremos a ter nos termos em que tivemos no ano passado -, o nosso papel permanece fundamental porque somos um dos países que sabe construir pontes com os africanos em relação às suas várias preocupações", comentou João Gomes Cravinho.
Se calhar é pela minha dificuldade em perceber este tipo de português que a Lusa repete a ideia. Portugal sabe construir o quê? Pontes? Com os africanos? Com João Gomes Cravinho? Se calhar, digo eu, é para rir.
"Se nós não desempenharmos esse papel a parceria UE/África fica muito empobrecida e seguramente que avança muito menos rapidamente", prosseguiu aquele que julga ser em relação a África o que o primeiro-ministro pensa que é em relação à verdade: o dono.
Dirigentes da União Africana (UA) consideram Portugal "um interlocutor especial", adiantando que só mesmo os portugueses poderiam ter realizado a II Cimeira UE/África, já apontada como um marco nas relações entre os dois continentes.
O elogio, assim o considera o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, foi feito – recorda ele próprio já que ninguém nele reparou - pelos dirigentes da UA nos encontros que o governante português manteve desde segunda-feira em Addis Abeba, nomeadamente, com o vice-presidente da instituição, Erastus Mwencha, e com o comissário Maxwell Mkezalamba.
"É gratificante, passado um ano, ver que eles olham para Portugal como um país charneira na relação Europa/África. É também uma responsabilidade para nós", disse Gomes Cravinho adiantando que, pelo seu lado, afirmou em Addis Adeba que Portugal está disponível para assumir essa responsabilidade e cumprir naquilo que puder para assegurar a continuidade do processo.
Charneira? Certamente mais enferrujada que a própria ferrugem. Além disse, acredito que estando Portugal cada vez mais perto dos países do Norte de África, ainda vá é precisar de uma ponte que o ligue à Europa.
E se assim for, chamem João Gomes Cravinho, ok?
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