segunda-feira, novembro 24, 2008

Portugal propõe um programa da CPLP
para que na Guiné tudo fique na mesma

Portugal (que parece, apenas parece, ter problemas de consciência) vai propor no Comité de Concertação Permanente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) um programa de estabilização democrática e desenvolvimento económico para a Guiné-Bissau, disse hoje o chefe da diplomacia portuguesa.

Luís Amado, que se encontra em Belgrado no âmbito de uma visita oficial de dois dias à Sérvia, acrescentou que o programa será apresentado terça-feira em Lisboa pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho.

Ou seja, mais uma vez, Portugal vai propor o envio de peixe em vez de ensinar a pescar, vai mandar toneladas de antibióticos que não serão utilizados porque devem ser tomados depois de uma coisa que muitos guineenses não têm: refeições.

Segundo o ministro Luís Amado, o programa será para desenvolver ao longo de dois anos, no âmbito do novo governo saído das eleições legislativas realizadas na Guiné-Bissau no passado dia 16.

Se é para aliviar consciências e ficar bem na fotografia, não está mal. No entanto, enquanto Lisboa não perceber que haver eleições não é sinónimo de democracia, enquanto não entender que democracia só é possível quando os votantes não são obrigados a pensar com a barriga, a instabilidade (na Guiné como noutro lado qualquer) vai continuar.

O ministro dos Negócios Estrangeiros acrescentou que o programa que irá ser apresentado por Portugal se articula com a proposta pelo Presidente Abdulaye Wade, do Senegal, para a realização de uma conferência internacional sobre a Guiné-Bissau em Dacar.

Sim, sim. Conferências em hotéis de cinco ou mais estrelas é o que os pobres precisam. Sempre conseguirão que os pobres dos países ricos ajudem… os ricos dos países pobres.

1 comentário:

ELCAlmeida disse...

Sobre o Putsch da madrugada de 23 de Novembro a CPLP é só isto?
Eu ainda acreditava que a CPLP era algo mais, mas...
Kdd
EA