Portugal (que parece, apenas parece, ter problemas de consciência) vai propor no Comité de Concertação Permanente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) um programa de estabilização democrática e desenvolvimento económico para a Guiné-Bissau, disse hoje o chefe da diplomacia portuguesa.
Luís Amado, que se encontra em Belgrado no âmbito de uma visita oficial de dois dias à Sérvia, acrescentou que o programa será apresentado terça-feira em Lisboa pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho.
Ou seja, mais uma vez, Portugal vai propor o envio de peixe em vez de ensinar a pescar, vai mandar toneladas de antibióticos que não serão utilizados porque devem ser tomados depois de uma coisa que muitos guineenses não têm: refeições.
Segundo o ministro Luís Amado, o programa será para desenvolver ao longo de dois anos, no âmbito do novo governo saído das eleições legislativas realizadas na Guiné-Bissau no passado dia 16.
Se é para aliviar consciências e ficar bem na fotografia, não está mal. No entanto, enquanto Lisboa não perceber que haver eleições não é sinónimo de democracia, enquanto não entender que democracia só é possível quando os votantes não são obrigados a pensar com a barriga, a instabilidade (na Guiné como noutro lado qualquer) vai continuar.
O ministro dos Negócios Estrangeiros acrescentou que o programa que irá ser apresentado por Portugal se articula com a proposta pelo Presidente Abdulaye Wade, do Senegal, para a realização de uma conferência internacional sobre a Guiné-Bissau em Dacar.
Sim, sim. Conferências em hotéis de cinco ou mais estrelas é o que os pobres precisam. Sempre conseguirão que os pobres dos países ricos ajudem… os ricos dos países pobres.
1 comentário:
Sobre o Putsch da madrugada de 23 de Novembro a CPLP é só isto?
Eu ainda acreditava que a CPLP era algo mais, mas...
Kdd
EA
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