domingo, novembro 23, 2008

Nada de novo ou relevante na Guiné-Bissau
- Só (mais) uma tentativa de golpe de Estado

As forças de segurança ao serviço do Presidente da Guiné-Bissau conseguiram "suster o ataque" contra a residência de "Nino" Vieira e a situação estará "sob controlo".

"O Presidente está bem", frisou a mesma fonte, sem precisar o local onde se encontra "Nino" Vieira. O ataque contra a residência do presidente, situada no centro de Bissau, próximo do estádio Lino Correia, terá sido levado a cabo por um grupo de militares.

Pouco depois de se ouvirem os primeiros tiros, os bares e discotecas de Bissau começaram a encerrar e as pessoas regressaram a casa.

Alguns militares foram vistos nas ruas a "mandar as pessoas para casa", segundo disse um residente em Bissau.

Há uma semana, realizaram-se eleições legislativas na Guiné-Bissau, que foram ganhas com maioria absoluta pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).


Segundo os resultados provisórios, o PAIGC elegeu 67 deputados, o Partido Renovação Social (PRS), do ex-presidente Kumba Ialá, ficou em segundo lugar com 28 deputados e o Partido Republicano da Independência para o Desenvolvimento (PRID) em terceiro ao conseguir três deputados. O Partido da Nova Democracia e a Aliança Democrática elegeram um deputado cada.

Sexta-feira, Kumba Ialá foi impedido de sair do país e a Procuradoria-Geral da República anunciou que "Nino" Vieira tinha apresentado uma queixa-crime contra o líder do PRS, que durante a campanha eleitoral acusou o chefe de Estado de estar ligado ao tráfico de droga.

Anteontem, aqui no Alto Hama, escrevi que a situação poderia ter um fim ao estilo de Ansumane Mané ou do ex-chefe de Estado-Maior da Armada, Lamine Sanha (Ainda ecoavam os resultados eleitorais e já Kumba era proibido de sair do país).

Recordo ainda que na terça-feira (
Tudo correu bem nas eleições guineenses mas, pelo sim e pelo não, Portugal apela...) aqui questionava: Ao apelar hoje a todas as forças políticas guineenses para que respeitem a vontade dos eleitores que votaram nas eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau e que aguardem, "com serenidade", a divulgação dos resultados, estará o Governo português a dizer que vamos ter confusão?

E é assim. Enquanto a comunidade internacional continuar a tapar o sol com uma peneira, os africanos vão continuar a morrer. Mas o que é que isso interessa? Quanto pior... melhor.

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