A propósito do texto aqui publicado sob o título acima referido, o meu amigo Uabalumuka que, aliás, tem “via verde” aqui no Alto Hama, mandou-me o texto que se segue.
«Ao fim de quatro meses de auto-imposto silêncio,só tu me farias sair dessa situação, porque na minha idade, só os amigos me conseguem fazer sair do sério.
O que escreves é profundamente injusto. E vou tentar explicar-te. Após as eleições, cujos resultados foram cuidadosamente manipulados, a UNITA fez publicamente (quanto a mim da maneira errada) uma autocrítica bastante dura. Os opositores de Isaías Samakuva, que durante a campanha contribuiram objectivamente para a derrota da UNITA, ao recusarem participar na mesma, não avançaram com soluções para a necessária reestruturação. Apesar das muitas "bocas" na surdina dos corredores, exigindo a demissão da Direcção do Partido, no local próprio, a reunião da Comissão Permanente alargada aos quadros da Comissão Política Nacional presentes em Luanda, nem uma voz se ergueu exigindo tal.
Mas mesmo assim, Isaías Samakuva colocou o seu lugar à disposição do Partido, e nem nessa altura os chamados opositores avançaram.
O Partido apoiou Isaías Samakuva, mas este num exercício de "consensos" nomeou uma comissão para estudar o sucedido durante as eleições e propor soluções de reestruturação. Metade dos elementos de tal comissão pertenciam à chamada oposição interna.
As soluções apresentadas por essa comissão foram postas em prática, e só os mais desatentos não repararam. A estrutura do Partido foi reduzida, tornada mais operacional, os secretariados nacionais foram limitados a meia dúzia,concentrando o poder decisivo numa estrutura mais simples e portanto mais eficaz. Novos secretários foram nomeados e ainda é cedo para saber se farão bom ou mau trabalho.
Mas o que é importante é o facto de que responsáveis de topo do Partido terem sido nomeados para trabalharem em municípios, directamente com a população. Esperemos que assim a mensagem passe.
Makuta Nkondo já era assessor de imprensa de Isaías Samakuva. Um militante com capacidades para o cargo que pelo menos não se escondeu durante a campanha. Não foi ele que produziu o relatório a que aludes. O relatório foi um trabalho de uma equipa maior.
Mas o que me espanta neste teu post são as linhas que dedicas a este relatório. Nem em 1992 aquando da primeira fraude, foi feito um relatório tão cuidadoso e tão tecnicamente apoiado (eu sei, participei na feitura do de 1992). Este relatório, a que se seguirá um dossier com todos os pormenores, é um trabalho que denuncia como e o que foi feito para manipular estas eleições. Isso é que é importante.
Confundir a sua importância com o facto de ser enviado duas ou três vezes à mesma pessoa é confundir as esquinas da vida com a vidas das esquinas, ou a obra prima com a prima do mestre de obras como tu gostas de dizer.»
Nota do Alto Hama: Presumo, certamente confundindo a beira da estrada com a estrada da Beira (como também gosto de dizer) que Uabalumuka ao não fazer nenhuma referência ao que digo sobre Anastácio Ruben Sikato e Alcides Sakala Simões, estará de acordo.
Quanto ao relatório, sério, bem feito e prolixamente documentado, é de facto e de jure (embora nada disto tenha significado real para a actual Angola) algo que deveria ser analisado pelas instâncias internacionais. Não deixa, contudo, de ser uma forma, embora pedagógica, de chorar sobre o leite derramado.
Ao falar sobre o envio em triplicado, meu caro Uabalumuka, apenas quis dizer, e mantenho, que é preciso ter algum cuidado com a forma como se gastam as munições. Despejar o carregador quando uma só bala basta, não significa eficiência e ajuda a desviar a atenção do essencial para o acessório.
E se esse desvio aqui no Alto Hama até é completamente irrelevante, não o será noutros meios de grande difusão onde, como sabes meu caro Uabalumuka, o relatório também passou ao lado.
Por último, a certeza de que - ao contrário da minha sombra – o Uabalumuka nem sempre está de acordo comigo. Ainda bem. Obrigado por isso.
Nota do Alto Hama: Presumo, certamente confundindo a beira da estrada com a estrada da Beira (como também gosto de dizer) que Uabalumuka ao não fazer nenhuma referência ao que digo sobre Anastácio Ruben Sikato e Alcides Sakala Simões, estará de acordo.
Quanto ao relatório, sério, bem feito e prolixamente documentado, é de facto e de jure (embora nada disto tenha significado real para a actual Angola) algo que deveria ser analisado pelas instâncias internacionais. Não deixa, contudo, de ser uma forma, embora pedagógica, de chorar sobre o leite derramado.
Ao falar sobre o envio em triplicado, meu caro Uabalumuka, apenas quis dizer, e mantenho, que é preciso ter algum cuidado com a forma como se gastam as munições. Despejar o carregador quando uma só bala basta, não significa eficiência e ajuda a desviar a atenção do essencial para o acessório.
E se esse desvio aqui no Alto Hama até é completamente irrelevante, não o será noutros meios de grande difusão onde, como sabes meu caro Uabalumuka, o relatório também passou ao lado.
Por último, a certeza de que - ao contrário da minha sombra – o Uabalumuka nem sempre está de acordo comigo. Ainda bem. Obrigado por isso.
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