Sincero e honesto como sempre, o meu amigo e candidato do CDS/PP à Câmara da Maia (Portugal), Álvaro Braga Júnior, admitiu hoje que o actual presidente da autarquia e candidato pelo PSD "já está reeleito", pelo que o seu partido deve lutar para eleger pelo menos um vereador.
Na apresentação da sua candidatura, a primeira autónoma do CDS/PP nas últimas décadas, Braga Júnior, que neste mandato trabalhou como assessor do presidente da câmara, Bragança Fernandes, sublinhou que a sua relação pessoal com o autarca o social-democrata "é a melhor".
No putrefacto mundo da política “made in Portugal” sabe bem encontrar alguém como Álvaro Braga Júnior.
"Sou capaz de almoçar todos os dias com o engenheiro Bragança Fernandes, mas sou incapaz de votar nele. Não sou seu inimigo, não farei qualquer campanha negra, mas sou seu adversário político porque acredito que eu e a minha equipa somos capazes de fazer melhor", disse.
A Maia integrava há várias eleições o "pacote" de concelhos abrangidos pela coligação autárquica PSD/CDS no distrito do Porto, mas este ano deixou de estar incluído nele, por motivos formalmente explicados como relacionados com a alegada má gestão da autarquia nos últimos quatro anos.
Mesmo nas últimas eleições o CDS integrou, juntamente com o PSD, uma lista de coligação, mas o vereador por si apresentado, Mário Nunes, abandonou o partido pouco depois de ter sido eleito, pelo que os "centristas" consideram nada ter tido a ver com a gestão da autarquia nos últimos quatro anos.
O líder da distrital do Porto, Álvaro Castello-Branco (que na minha opinião está em todas as vertentes da vida a anos-luz de Braga Júnior) esteve presente na apresentação da candidatura.
O deputado Nuno Melo, presente na cerimónia, assumiu - ao contrário de Álvaro Castello-Branco - que, na sua opinião, Braga Júnior corre mesmo para presidente da Câmara da Maia, até porque se trata de um candidato "à altura dos pergaminhos do CDS neste concelho".
Braga Júnior referiu-se também à memória do autarca falecido - "vamos ser claros: Vieira de Carvalho nunca deixou de ser democrata-cristão, mesmo quando o emprestámos ao PSD", adiantando ter comunicado à sua família que iria candidatar-se.
Considerando que os últimos quatro anos "foram os piores da Câmara da Maia", o candidato lamentou que na autarquia haja "uma oposição tão debilitada" e desafiou todos os candidatos a aceitarem participar num "grande debate", apesar de adiantar a sua "suspeita de que o candidato do PSD o vai recusar".
Sem comentários:
Enviar um comentário