O bispo emérito de Díli, D. Ximenes Belo, apelou hoje, em Ortigosa, Leiria, que Portugal não esqueça Timor e que o "amor aos povos que os antepassados portugueses descobriram, evangelizaram e educaram" se conserve.
"Timor é um país independente, mas continua a precisar da vossa solidariedade", disse o Prémio Nobel da Paz durante o Encontro Regional de Docentes Jubilados do Centro, acrescentando: "Portugal é membro da União Europeia e é natural que as atenções se voltem mais para a Europa, mas apelo para que não se esqueçam daqueles povos, que estiveram convosco durante 400 ou 450 anos".
O bispo timorense defendeu ainda que a solidariedade de Portugal se deve manifestar dando a conhecer "o que se passa naqueles países, como se desenvolvem ao nível de educação, saúde, cultura, filosofia, literatura e psicologia".
À margem do encontro - que decorreu sob o lema "O conceito da solidariede no fazer" -, D. Carlos Ximenes Belo disse à Agência Lusa que os professores "influenciam" a sociedade na medida em que "educam as gerações novas", frisando que, embora se vivam tempos de crise, "é necessário continuar a viver os valores de respeito, solidariedade e ajuda".
Numa altura em que Portugal anda com assinaláveis crises de amnésia, embora já tenha dado sinais de alguma recuperação, creio que Ximenes Belo faz bem em lembrar que Timor-Leste continua a existir. Também é claro que as próprias autoridades timorenses devem ser as primeiras a dar bons exemplos, o que nem sempre tem acontecido.
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