Eu já estava a estranhar o silêncio do secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, sobre a situação na Guiné-Bissau. Finalmente o homem falou, apelando hoje para uma resolução rápida da situação dos detidos por militares a 5 de Junho.
João Gomes Cravinho disse à Lusa que "há um bom consenso quanto à necessidade de melhorar a capacidade de coordenação das Nações Unidas", e ele próprio encorajou o director de Assuntos Políticos a trabalhar nesse sentido.
"Não houve ainda uma decisão do Conselho de Segurança mas as coisas estão muito bem encaminhadas para que haja um prolongamento por mais seis meses da actual missão, UNOGBIS, e, a partir de Janeiro, seja bastante reforçada, com capacidade para fazer a coordenação internacional que tem faltado", esclareceu Gomes Cravinho.
E por falar em Gomes Cravinho, recordam-se que ele afirmou no dia 4 de Dezembro de 2007 que a União Europeia devia libertar-se da "bagagem colonial" na relação com África, reconhecendo que o continente “é hoje um igual" com "progressos notáveis" nos últimos anos?
E por falar em Gomes Cravinho, recordam-se que ele comparou em Novembro de 2005, numa entrevista ao Expresso, Jonas Savimbi a Hitler?
E por falar em Gomes Cravinho, creio que um dia destes irá dizer que “Nino” Vieira foi outro Hitler africano. Isto porque o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal tem coragem suficiente para fazer destas afirmações sobre pessoas depois de eles teram morrido.
Sobre os vivos, por muito mais que eles se assemelhem a Hitler, como é o caso de Robert Mugabe, Cravinho apenas sabe estar calado.
Se esta conclusão estiver certa, esperemos que Gomes Cravinho se mantenha calado por muito tempo. Será sinal de que nenhum dirigente foi morto.
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