Várias dezenas de guineenses, muitos dos quais estudantes universitários que querem voltar ao seu país, concentraram-se hoje em Lisboa, segundo a Lusa, para apoiar Henrique Rosa (foto), candidato às presidenciais do próximo dia 28.
O país "não está a zero, está a menos de zero", lamentou uma guineense de 29 anos, nascida em Portugal e que aderiu à manifestação e marcha de apoio.
Segundo a jovem guineense é necessário lutar para que Henrique Rosa seja eleito "e que o país evolua".
Entre os jovens destacava-se a presença de Muna Aly, 63 anos, professora primária, que foi aluna da madrasta de Henrique Rosa, e que voltará "rapidamente, com todo o orgulho, à Guiné-Bissau" assim que haja estabilidade.
"É uma pessoa de bem", disse Aly, assim justificando o apoio dado a Rosa.
Idriça Djalo, coordenador do núcleo de Lisboa de apoio à candidatura de Henrique Rosa, disse em declarações à Agência Lusa que a manifestação e marcha, organizada juntamente com o núcleo de Coimbra, pretende mobilizar as pessoas e apelar ao voto dos guineenses.
"A diáspora normalmente tem alguma influência sobre familiares e amigos que se encontram na Guiné", afirmou, garantindo que "Henrique Rosa é a candidatura de solução para os problemas na Guiné".
Trata-se de "uma personalidade credível. Todos sabem que é uma pessoa de bem, trabalhadora, íntegra, que tem todas as qualidades exigidas a um homem de Estado", defendeu.
A seu favor, adiantou, tem o trabalho que desenvolveu enquanto presidente interino, entre 2003 e 2005, na sequência do golpe que derrubou Kumba Ialá, outro dos actuais candidatos.
"Nós acreditamos que a única saída viável para a situação na Guiné é a eleição de Henrique Rosa para a presidência" porque cativa a confiança de pelo menos 80 por cento dos guineenses, afirmou.
O país "está muito dividido em termos de confiança. As pessoas não acreditam umas nas outras. Por isso, é preciso eleger alguém que seja capaz de reunir todos os guineenses numa causa comum", sublinhou.
Henrique Rosa concorre às presidenciais para, segundo disse o próprio na apresentação da sua candidatura, "ousar mudar a Guiné e dar-lhe um rosto de dignidade".
Nascido em Bafatá, em 1946, Henrique Rosa é actualmente empresário ligado às áreas dos seguros marítimos, comércio internacional e agropecuária e cônsul honorário da Costa do Marfim.
Defensor dos direitos humanos, sendo membro honorário da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Henrique Rosa foi distinguido recentemente pela França com as insígnias da Legião de Honra.
A Guiné-Bissau vai realizar eleições presidenciais antecipadas a 28 de Junho, na sequência do assassínio do presidente "Nino" Vieira, poucas horas após a morte do chefe das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié, num atentado à bomba, no início de Março.
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