O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, acusou hoje a direita de querer "rasgar" as políticas sociais e de modernização desenvolvidas pelo Governo, apostando num "Estado mínimo".
Desta vez Sócrates esteve muito perto da verdade. De facto a direita, mas também a esquerda (ou seja, todos os portugueses de segunda – os que não são deste PS) não querem “rasgar” as políticas sociais e de modernização desenvolvidas pelo Governo, querem mesmo rasgar, sem aspas, o próprio Governo.
"Já tínhamos ouvido ao longo destes últimos meses que as principais palavras-chave da direita portuguesa são parar, adiar, não fazer", afirmou hoje José Sócrates durante uma sessão do Fórum Novas Fronteiras, desta vez dedicado aos jovens, que se realizou no Parque das Nações, em Lisboa.
Parar? Adiar? Não fazer? Mas isso é exactamente o que este PS tem feito em relação aos tais portugueses de segunda. Para os de primeira, é claro, as coisas andam e de que maneira.
Contudo, acrescentou o também secretário-geral deste PS, agora sabe-se também que aos verbos "adiar e suspender", a direita portuguesa juntou "os verbos rasgar, retroceder". Só a direita? O medo de José Sócrates é tal que vai ficar com um torcicolo de só olhar para um lado.
"O programa político da direita está agora mais claro: rasgar significa eliminar aquilo que foram as políticas de modernização que introduzimos no país, mas também significa retroceder nas políticas sociais em nome daquilo que é o velho chavão ideológico da direita portuguesa, a ideia do Estado mínimo, a ideia em que qualquer área que o Estado se meta é um empecilho, um fardo", afirmou.
Reconheço, contudo, que José Sócrates e os seus muchachos modernizaram o país. Deixaram, todavia, os portugueses de segunda mais atrasados. Avançaram nas políticas sociais do país. Deixaram, contudo, os pobres mais pobres, os desempregados mais desempregados, os empregados sem emprego, as pequenas e médias empresas num beco em que a única saída possível é o PS.
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