Quase 600 mil eleitores da Guiné-Bissau vão amanhã escolher (mais com barriga do que com a cabeça) o futuro Presidente do país entre 11 candidatos.
Sete meses após terem eleito Carlos Gomes Júnior para primeiro-ministro, a 16 de Novembro, os guineenses vão agora substituir "Nino" Vieira, assassinado a 2 de Março na sua residência em Bissau, horas depois da morte do chefe das Forças Armadas num ataque à bomba.
Também um dia antes do início da campanha eleitoral, Baciro Dabó foi morto na sua casa no bairro da Ajuda em Bissau por suspeita de envolvimento num alegado golpe de Estado. A morte do antigo ministro provocou a desistência de um outro candidato por "razões de segurança", mas manteve 11 na corrida.
Depois dos vários assassínios ocorridos desde Março, que provocaram um sentimento de insegurança e impunidade no país, os guineenses vão tentar agora – como supostamente fizeram nas eleições anteriores - escolher um candidato que garanta a paz, a estabilidade e o desenvolvimento.
Para amanhã está preparado um forte dispositivo de segurança, que inclui polícias e militares, de modo a permitir que o escrutínio decorra de forma livre e transparente.
Não será, na minha opinião, a escolha do novo presidente que vai colocar a Guiné-Bissau na rota da paz e do progresso. Espero, obviamente, estar enganado. Os guineenses merecem que eu me engane.
No entanto, eleições não são sinónimo de democracia, sobretudo quando – como é o caso – se vota com a barriga (ainda por cima vazia). Veremos.
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