O presidente brasileiro não está com meias medidas e, como líder de um país que é a locomotiva, entre outras, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), vai assistir, depois de amanhã, à Cimeira da União Africana, na Líbia.
Enquanto muitos, como Portugal, olham para o lado e assobiam, Lula da Silva avança e vai à Líbia não propor uma "aliança energética e agrícola" da CPLP com África, mas sim e apenas do Brasil.
Será a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participará numa cimeira africana, para a qual, aliás, foi convidado devido ao seu interesse "em promover as relações entre África e América do Sul", disseram à Agência Efe fontes diplomáticas em Brasília.
Lula discursará na inauguração da cimeira juntamente com o anfitrião, o líder líbio, Muammar Kadafi, os líderes de outros países africanos, bem como com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Na sua mensagem, Lula "reafirmará o compromisso de longo prazo que o Brasil tem com o desenvolvimento da África, assim como a prioridade de política de Estado que o Governo conferiu às relações com esse continente".
Além do discurso de carácter político, Lula também procura potencializar as crescentes relações económicas, comerciais e de cooperação, através da assinatura de três acordos entre o Brasil e União Africana.
Um deles oferecerá estender a todos os países da África um projecto para melhorar a produtividade das indústrias de algodão do Mali, que a Embrapa desenvolve naquele país há pouco mais de um ano.
Também será assinado outro convénio sobre cooperação na área de agricultura, para o fortalecimento dos pequenos produtores e do acesso a mercados domésticos, regionais e internacionais, que incluirá a oferta para capacitar os camponeses no desenvolvimento dos biocombustíveis.
O principal foco desse acordo será o etanol que o Brasil produz há três décadas com cana-de-açúcar e que Lula promove como ferramenta para promover a distribuição de rendimentos e de combate à pobreza, assim como para conter a emissão de gases poluentes.
O terceiro acordo refere-se à cooperação para o desenvolvimento humano e social, e assistência em saúde, e abrangerá também as áreas de cultura e desporto como mecanismos de inclusão.
No que toca à saúde, Lula renovará sua oferta de colaborar com África no combate à Sida mediante os programas que são aplicados no Brasil há mais de uma década, que são considerados pela ONU um "modelo" para o mundo em desenvolvimento.
Outro objectivo do presidente será encontrar fórmulas para reforçar o comércio com a África, que tem um peso crescente na balança comercial do país.
África foi o ano passado o quarto principal parceiro comercial do Brasil e, segundo o o governo brasileiro, existe uma "enorme margem" para ampliar essas relações.
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