O comandante da região militar centro de Angola, general Matias Lima Coelho Zumbi, destacou ontem, no Huambo, o papel e o contributo da educação patriótica na organização e disciplina no seio dos efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Não conhecia (desculpem a ignorância) esta vertente da “educação patriótica” no seio das Forças Armadas. Aliás, penso que um tal tipo de necessidade viola a génese dos próprios militares. Isto porque a razão de existirem é a defesa da pátria.
Ou não será? Ou as FAA ainda têm resquícios das FAPLA (que existiam para defender o MPLA) e das FALA (militares da UNITA)?
O general Matias Zumbi fez este pronunciamento na cerimónia de encerramento do primeiro seminário de capacitação dos oficiais de educação patriótica da região militar centro, que engloba as províncias do Huambo, Benguela, Bié e Kwanza Sul, aberto no passado dia 10.
Segundo o general, o trabalho de educação patriótica no seio dos efectivos das FAA na região militar centro tem sido notório, pelo que solicitou o envolvimento de todos os comandantes, oficiais superiores e subalternos das unidades e sub-unidades nesta tarefa formativa.
Hum! Algo vai mal quando os militares de qualquer país necessitam de ser capacitados para a mais elementar das suas funções: defender a pátria.
"O envolvimento dos efectivos das Forças Armadas na educação patriótica pode contribuir grandemente na conquista da confiança do amor ao próximo, às estruturas do governo e no cumprimento êxitos de missão de orientação superior”, enfatizou o general Matias Zumbi.
Ao dizer que essa “educação patriótica” pode contribuir, entre outras valias, para solidificar a confiança nas estruturas do governo, Matias Zumbi deixou visível uma realidade pouco auspiciosa. Ou seja, que o governo e a pátria são a mesma coisa. E, num estado de direito e democrático, os governos passam mas a pátria fica.
O comandante da região militar centro disse, por outro lado, que a educação patriótica pode contribuir ainda para o aumento e melhoramento do nível de disciplina e organização nas unidades e sub-unidades.
"À semelhança das unidades e sub-unidades militares, este trabalho deve ser efectuado no seio da própria família, onde cada um deve ser vanguarda e servir de exemplo para cada cidadão," referiu Matias Zumbi, fazendo lembrar as metodologias político-militares dos tempos de partido único, do marxismo-leninismo que, pelos vistos, ainda tem adeptos no seio dos donos do poder.
Foto: Pára-quedistas angolanos que participaram no exercício “Felino 2004”
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