domingo, junho 14, 2009

Que dirão os meus dois ou três amigos do PS?

«Os cidadãos não estiveram a julgar o Governo nestas eleições, todos o sabemos, mas deram um sinal em relação às Europeias de há cinco anos atrás, que me parece que obriga o PS a mudar a maneira como vê o comportamento do eleitorado e claramente, do meu ponto de vista, obriga o PS a ter novas propostas para os próximos quatro anos.

Na minha opinião as pessoas quiseram dizer que é preciso ouvir mais, quiseram dizer que de algum modo é preciso também ouvir a rua. Não basta invocar permanentemente a legitimidade democrática.

Quando um cidadão forma a sua opinião política forma-a com tudo o que está envolvido. Mas estou convencido que é a crise que se sobrepõe a tudo e é a dificuldade de dar um projecto de esperança às pessoas. Repare que em Portugal os cidadãos têm feito sacrifícios sucessivamente.

Na primeira parte da legislatura o Governo, do meu ponto de vista mal, olhou sucessivamente para os interesses organizados como se fosse uma espécie de obstáculo e não como potenciais aliados que pudessem ser ganhos.

Eu penso que seria um erro para o sistema político que o PS tentasse ser o partido do centro-direita, do centro e do centro-esquerda. Não. O PS tem de ser o partido âncora da esquerda que tenta conquistar o centro.

O PS deve procurar ganhar o País, não com a teoria que teve nos últimos vinte anos, de que quando aparece mais à esquerda perde e precisa de se afirmar como partido do centro para ganhar, mas como partido âncora da esquerda.»

Nota: Tudo isto e muito mais foi dito por Paulo Pedroso numa entrevista publicada hoje no
Correio da Manhã. Muito disto tem sido aqui dito no Alto Hama, com maior ou menor virulência.

Sempre que o digo, os meus dois ou três amigos do PS ficam chateados e até já deixaram de se manifestar porque, e têm razão, quem nasce direito tarde ou nunca se entorta. Mas será que a verdade muda consoante quem a diz? Parece que sim.

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