A última vez que derrapei, estatelei-me contra quem não tinha culpa e, claro, tive de pagar os prejuízos. Pelo contrário, o Governo português, neste caso, vai-se estatelando e quem paga é o Zé povinho.
No dia 16 de Fevereiro do ano passado, a propósito da derrapagem de 9,5 milhões de euros (coisa pouca, reconheça-se) nos custos da recuperação do Túnel do Rossio, em Lisboa, com a troca de empreiteiro e com a monitorização, e depois de ter segredado algo ao ministro Mário Lino (presumo que tenha dito: “porreiro, pá!”), José Sócrates disse que "todos os que vêm para a política com a ideia de que não vêm correr riscos, não vêm para a profissão certa".
Foi um Sócrates na senda de La Palisse, embora batendo mais ao lado. O que o primeiro-ministro de Portugal queria dizer era: quem vem para a política para servir e não para se servir… está na profissão errada.
Ou seja, na política só estão (ou quase só estão) os que apenas se querem servir… à grande e, ainda por cima, à francesa. E, depois de servidos, bem podem dizer “já não tenho idade para estar no Governo”.
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