O ministro da Cultura português, José António Pinto Ribeiro, defendeu hoje em Luanda, onde parece ter descoberto a pólvora, a criação de uma rede de escolas portuguesas em todos os países da CPLP para fortificar a presença portuguesa no mundo lusófono.
Pinto Ribeiro visitou hoje a Escola Portuguesa de Luanda (EPL), que considerou “um bom exemplo” daquilo que deve ser a presença portuguesa na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), organização actualmente presidida por Portugal.
Que seja! E onde estão os exemplos daquilo que deve ser a presença da CPLP nos diferentes Estados que a integram?
“Acho que devemos ter como propósito criar uma rede de escolas portuguesas em todos os países da CPLP e em todos os sítios onde há grande diáspora da língua portuguesa”, frisou António Pinto Ribeiro, que se encontra em Angola, no âmbito das comemorações do 10 de Junho.
É sempre assim. Em cada visita oficial, ou em cada data comemorativa de qualquer coisa, os governantes portugueses tiram da cartola um kandimba que, contudo, regressa ao baú para um longo sono letárgico.
Ainda não há muito tempo (6 de Abril), este mesmo ministro luso anunciou o Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário da CPLP, em que vai ser gasto um milhão de euros em acções de formação, produção e difusão de projectos nos estados-membros.
O projecto foi apresentado, em Lisboa, com a presença do ministro José António Pinto Ribeiro, do director-geral da CPLP, Hélder Vaz, do director do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), José Pedro Ribeiro, e do presidente da RTP, Guilherme Costa.
Assim sendo, não vai a CPLP dar de comer a quem tem fome, mas vai documentar (eventualmente) que nos seus estados-membros há muita gente que é gerada com fome, nasce com fome e morre pouco depois com fome.
Aprovado na reunião extraordinária dos Ministros da Educação e da Cultura da CPLP que decorreu em Lisboa, em Novembro do ano passado, este Programa envolve a realização de um concurso internacional para a produção de documentários.
Muito bem. É preciso premiar todos aqueles que, tendo pelo menos três refeições por dia, produzam documentários sobre o que se passa, ou não, na Lusofonia.
Em declarações à Agência Lusa no final da cerimónia de lançamento do projecto, o presidente do ICA explicou que o orçamento de um milhão de euros foi atribuído, em partes iguais, pelos governos de Portugal e do Brasil.
Acho bem. No que toca a Portugal, país que não tem qualquer responsabilidade no que se passa nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, é gratiticante ver que abriu a bolsa em meio milhão de euros.
Em Junho de 2010, todos os países-membros irão exibir os seus documentários, "que depois serão também exibidos nos outros países", adiantou o responsável do ICA.
Fora deste (e de todos os outros) programa ficam as candidaturas a um prato de pirão. Até lá muitos lusófonoas vão morrendo, mas podem ter a ténue esperança de que a sua morte fique registada num dos documentários patrocinados pela CPLP.
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