Johan Van Hecke, responsável da Missão de União Europeia às eleições na Guiné-Bissau, explicou que o clima de tensão ajudou a aumentar a abstenção.
Johan Van Hecke explicou que se nas eleições legislativas de Novembro, a taxa de participação foi de 82% nas eleições do passado domingo, a participação rondará os 57 e 65% nas assembleias de voto visitadas pelos observadores da União Europeia.
Uma chuva que caiu durante duas horas e o assassínio de um candidato, Baciro Dabó e de um deputado e antigo ministro, Hélder Proença, um dia antes do início da campanha eleitoral poderão ser as razões para a fraca afluência dos eleitores às urnas, disse Van Hecke.
“O clima de tensão, do medo devido aos assassinatos de dois deputados e de detenção arbitrária que antecedeu a campanha eleitoral terá levado os eleitores a não se interessarem pela votação”, precisou o chefe dos observadores da União Europeia, principal financiador das eleições presidenciais de domingo.
Sobre o comportamento dos agentes eleitorais que tomaram parte no processo, Van Hecke elogiou o comportamento dos candidatos, dos órgãos da comunicação social e da Comissão Eleitoral pela forma “profissional, independente e imparcial” como conduziu o processo.
Uma vez que os resultados do escrutínio ainda não foram publicados, o chefe dos observadores da UE disse esperar que todos os candidatos aceitem o veredicto popular, já que nenhum dos candidatos apresentou reclamação sobre quaisquer infracções à lei durante o decurso do processo.
Johan Van Hecke afirmou que os observadores da União Europeia se vão manter no país até à publicação dos resultados definitivos e se houver uma segunda volta também acompanharão o processo.
Fonte da Comissão Nacional de Eleições (CNE) garantiu à Lusa que os resultados parciais serão publicados na quinta-feira, em Bissau.
Dois reparos feitos pelo chefe da UE vão no sentido de se legislar para que as organizações da sociedade civil do país possam observar as eleições e que seja permitida a participação da diáspora guineense nas presidenciais.
De acordo com Johan Van Hecke, presentemente mais de 200 mil guineenses que vivem fora do país não são autorizados a participar na escolha do seu Presidente.
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