O primeiro-ministro de Portugal afirmou hoje que se oporá à compra pela Portugal Telecom (PT) de parte da Media Capital para não haja a mínima suspeita de que esse negócio se destina a alterar a linha editorial da TVI.
"Compreendemos perfeitamente o interesse empresarial da PT e esperamos que a PT continue a prosseguir esse interesse estratégico na procura de mais conteúdos. Mas esperamos que o possam prosseguir de outra forma, porque o Governo não quer que haja a mínima suspeita de que esta compra de parte da TVI se destina a qualquer alteração da sua linha editorial, ou a alterar uma posição de independência relativamente às linhas editoriais de qualquer estação de televisão", declarou José Sócrates.
Justificando a posição do executivo face à iniciativa empresarial da PT, o primeiro-ministro salientou que o Governo "não quer que este negócio possa ser visto por partidos ou por protagonistas políticos como uma tentativa de influenciar uma qualquer linha editorial".
"Eu próprio tenho feito críticas à linha editorial da TVI e, por isso, quero que seja absolutamente claro e transparente que o interesse empresarial da PT é intrumentalizável para outro fim que não seja exactamente interesse que não seja esse interesse empresarial", salientou.
José Sócrates voltou a referir que a possível compra de parte do capital da Media Capital pela PT se trataria "de um negócio entre privados".
"De qualquer forma, o Estado tem uma posição na PT. Comuniquei ao ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que os representantes do Estado não votarão a favor desse negócio. Como afirmou [quinta-feira] o presidente executivo da PT [Zeinal Bava] o negócio [entre a PT e a Media Capital] não está concluído. Esperamos que a PT possa satisfazer o seu interesse empresarial sem fazer esta compra, porque o Governo não quer que fique a mínima suspeita que há uma qualquer tentativa de alterar uma linha editorial de qualquer órgãos de comunicação social", reiterou o primeiro-ministro.
Interrogado sobre o apelo feito pelo Presidente da República, Cavaco Silva, na quinta-feira, em Guimarães, para que haja transparência nos negócios empresariais, José Sócrates disse estar de acordo.
"O Presidente da República exprimiu um desejo que é consensual na sociedade portuguesa no sentido de que todas as acções empresariais tenham o máximo de transparência - e acho que a PT o teve quando comunicou à Comissão de Mercados Valores Mobiliários (CMVM) as suas intenções", respondeu o primeiro-ministro.
... e assim vão as ocidentais praias lusitanas a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos.
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