Vinte e dois ex-vereadores de Narciso Miranda na Câmara Municipal de Matosinhos (Portugal) manifestam hoje, num jantar, o seu apoio ao actual presidente da autarquia, o socialista Guilherme Pinto.
Pudera! O poder tem dessas coisas. Os tachos, é claro, também. Aliás, quando se está habituado a ter uma ligação directa entre o cérebro e a barriga, o resultado é esse.
Monteiro da Mota, um dos ex-autarcas de Matosinhos, disse à agência Lusa que "por algum motivo somente dois dos vereadores de Narciso Miranda não estão neste jantar", considerando que Guilherme Pinto "significa a renovação".
É tudo uma questão de volumetria do tacho. Se Guilherme Pinto significa renovação, então Matosinhos continuará a julgar que avança embora esteja sempre (na melhor das hipóteses) no mesmo sítio.
"Não pode passar-se a vida a falar de renovação mas depois achar que somente os outros é que são renováveis", sublinhou o ex-autarca, recordando que, apesar de Narciso Miranda ter sido "um magnífico presidente de câmara", "se a actual lei de limitação de mandatos estivesse em vigor desde o 25 de Abril de 1974 já teria há muito 'passado de prazo'".
Pois. Bem dito. Importante é estar sempre junto de quem está no poleiro, custe o que custar, mesmo que o prazo de validade tenha de ser adulterado a favor da menutenção do tacho.
Monteiro da Mota sublinhou que "este apoio a Guilherme Pinto nada tem a ver com as relações afectivas que cada um possa ter com Narciso Miranda", com quem, diz, continua a ter uma "excelente relação".
Uau. E se com uma "excelente relação" é assim...
"Guilherme Pinto fez um mandato excelente, que excedeu largamente as minhas expectativas. Se assim não tivesse sido, a minha posição poderia ser diferente", disse o ex-vereador. Está-se mesmo a ver, não está?
Cá para mim, se Narciso Miranda ganhar, todos estes comensais de Guilherme Pinto vão mudar de opinião, de mesa, de cardápio etc. etc.
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