Ben Self, o principal responsável pela campanha de Barack Obama na Internet, advertiu hoje que em política a táctica pode mudar mas os princípios nunca, e que sem paixão nenhum partido ou movimento pode ter sucesso.
Aplicada a Portugal, dir-se-á que paixão é coisa que não falta ao Partido Socialista. Basta ver a enorme paixão que José Sócrates tem pela transformação dos portugueses de segunda (todos os que não são deste PS) em cidadãos de primeira.
Fundador da empresa Blue State Digital, Ben Self falava numa conferência promovida pelo PS, no Parque das Nações, intitulada "Democracia Interactiva - promover a participação dos cidadãos".
Ben Self dividiu a sua intervenção, que se baseou na experiência de campanha de Obama, em três pontos distintos: dinheiro, mensagem e mobilização.
Se no capítulo do dinheiro, a plateia (maioritariamente constituída por pessoal do PS ligado a campanhas eleitorais) logo concluiu pela impossibilidade de qualquer aplicação prática em Portugal - Barack Obama recebeu mais de 770 milhões de dólares em donativos individuais pela Internet -, houve no entanto dois conselhos genéricos de Ben Self que terão marcado a audiência.
Em primeiro lugar, segundo este especialista, numa campanha política "a táctica pode mudar mas os princípios nunca". Ou seja, mudanças radicais de discurso e de imagem soam a "falso" e a "falta de transparência". Nada que Sócrates e os seus muchachos não saibam de olhos fechados.
Em segundo lugar, ficou um recado que aparentemente colide com as práticas de suposta eficácia desenvolvidas por muitos aparelhos partidários portugueses, habituados a angariar pessoas, metê-las nos autocarros e colocá-las em comícios.
"Sem envolvimento das pessoas e sem paixão nenhum movimento, nenhuma candidatura pode ter sucesso. Só com paixão pode haver sucesso", frisou mesmo na parte final de uma intervenção, que durou mais de uma hora.
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