Signatários do Manifesto em defesa da Língua Portuguesa entregaram hoje ao Presidente da República um CD-Rom com as 45.000 assinaturas já recolhidas bem como nove pareces contra o Acordo Ortográfico.
Dos nove pareces, "todos contra o acordo, três são inéditos e há ainda um texto do historiador Vitorino Magalhães Godinho", precisou Vasco Graça Moura, que liderou a delegação.
Referindo-se ao artigo hoje publicado no Diário de Notícias por Isabel Pires de Lima, Vasco Graça Moura lembrou que, já quando exercia as funções de ministra da Cultura, a hoje professora universitária e deputada do PS era favorável a uma moratória de dez anos "para criar um espaço de respiração e reexame do acordo".
O actual acordo, reiterou, revela "deficiências e erros" e "traz gravíssimas lesões à Língua Portuguesa". Apontou, concretamente, o caso da "grafia facultativa", que, na sua previsão, "vai lançar o caos". "Enquanto há língua há esperança", disse ainda o eurodeputado, estabelecendo um paralelismo entre o que aconteceu com o Acordo, para cuja elaboração "houve pareceres que não foram tidos em conta", e com o futuro aeroporto internacional de Lisboa.
"Tudo apontava para a Ota - exemplificou - mas pareceres científicos vieram a mostrar uma outra alternativa", tendo sido escolhido Alcochete. Graça Moura disse, ainda, esperar que os pareceres agora entregues ao Presidente da República possam ser analisados e contrariar o processo.
"O Acordo foi assinado em 1990 e devia ter entrado em vigor em 1994, sem que ninguém sentisse necessidade e urgência de o implementar, até que alguém o quis tirar do limbo onde estava", lembrou, não descartando a possibilidade de um acordo "sobre questões de pormenor".
Além de Graça Moura, a delegação que hoje foi recebida pelo Chefe de Estado integrava os linguistas António Emiliano e Jorge Morais Barbosa e a catedrática de literatura Maria Alzira Seixo.
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