quarta-feira, junho 04, 2008

Entre boas refeições, donos do mundo
falam da fome que atinge os… outros

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, estimou hoje que sejam necessários entre 15 a 20 mil milhões de dólares anuais para resolver a crise alimentar mundial, considerando que a Humanidade não pode fracassar na luta contra a fome. Se tiver o êxito que tem tido até agora, é só ir multiplicando o número de mortos.

"Não nos podemos permitir fracassar. É uma luta que não nos podemos permitir perder, a fome cria instabilidade, e devemos reagir todos juntos e agora", disse Ban Ki-Moon numa conferência de imprensa em Roma no segundo dia da cimeira da organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO).

Perante os líderes mundiais hospedados nos melhores hotéis e depois de lautas refeições, o secretário-geral da ONU disse que "é urgente" um plano de acção porque há milhões de pessoas à espera. Os políticos concordaram e foram almoçar…

Ban Ki-Moon acrescentou que a crise alimentar atinge toda a gente e desafiou os dirigentes mundiais a deixarem Roma "com um compromisso preciso" de luta contra a fome em parceria com as organizações e a sociedade civil.

No entanto, como aliás é natural, de barriga vazia ninguém pensa bem, o compromisso foi adiado para depois de uma refeição à base de fuba e peixe seco.

Ban Ki-Moon defendeu, por outro lado, que é preciso atacar as causas do problema da fome no mundo, considerando que é necessário que o sistema de comércio internacional funcione de forma eficaz, colocando mais alimentos a preços razoáveis no mercado. Bastaria que funcionasse, digo eu, tão bem como o comércio de armas.

E só não funciona como a indústria de armamento porque ainda há muita gente que, apesar de faminta, consegue pegar nas armas para matar os vizinhos e abrir caminho para que os vendedores dessas mesmas armas lá vão buscar as riquezas, sejam petróleo ou diamantes (entre muitas outras).

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