O presidente zimbabueano, Robert Mugabe, de 84 anos, 28 dos quais à frente do país, disse hoje, durante uma intervenção pública a uma semana da segunda volta das presidenciais, que "só Deus" pode retirar-lhe o poder.
"O MDC (Movimento para a Mudança Democrática, oposição) não será jamais, mas mesmo jamais, autorizado a dirigir este país", exclamou o mais velho chefe de Estado africano perante empresários em Bulawayo, a segunda cidade do Zimbabué.
"Só Deus pode tirar-me o poder que ele me deu, nem o MDC nem os britânicos", antigos patrões da ex-Rodésia do sul que Robert Mugabe dirige desde a independência em 1980.
Mugabe, que vai enfrentar no dia 27 o líder do MDC, Morgan Tsvangirai, na segunda volta das presidenciais, durante uma reunião na mesma cidade mostrou o seu total desdém pelo desfecho do escrutínio.
"Jamais deixaremos um incidente como é uma eleição ameaçar a nossa independência, a nossa soberania, tudo aquilo por que combatemos, aquilo por que os nossos camaradas morreram, falecidos em combate", vincou.
"O MDC que não nos empurre para voltarmos a pegar nas armas com as suas promessas de anulação do nosso programa de redistribuição das terras", advertiu o chefe de Estado cessante, antes de ameaçar "ocupar-se depois da eleição dos empresários que participam na conspiração para derrubar o regime".
Tendo Mugabe, como ele próprio diz, sido escolhido por Deus, não admira que a comunidade internacional se ponha de cócoras perante um ditador que, um dia destes, ainda vai despedir o Deus que o escolheu e ocupar o seu lugar.
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