O primeiro-ministro José Sócrates de Portugal (esclareça-se para que se não pense que é do Burkina Faso), admitiu hoje, durante o debate quinzenal no Parlamento (é aquela casa em que os moradores se levantam e sentam à ordem do capataz) que "em alguns momentos" da paralisação das empresas de transportes sentiu "o Estado vulnerável", garantindo ao estilo de um outro democrata que dá pelo nome de Robert Mugabe, que irão ser tomadas medidas para evitar que a situação se repita.
"Todos temos que tirar lições do que aconteceu nestes três dias. Uma das lições que tirei: nalguns momentos eu senti o Estado vulnerável", disse o homólogo de Tertius Zongo, acrescentando que irão ser tomadas medidas para impedir situações como as vividas nas ocidentais costas a norte de Marrocos.
Respondendo a Mota Amaral, deputado do PSD, Sócrates afirmou com toda a legitimidade inerente a quem é dono da verdade, que ninguém poderia prever que o preço do barril do petróleo iria subir até aos 134 dólares. "Isso não seria previsão, era bruxaria", afirmou o líder dos socialistas portugueses, sublinhando que só "os mais ingénuos" podem usar o argumento da previsão.
Bom argumento. Todos sabemos que os governos, sobretudo quando têm como primeiro-ministro o mais evoluído dos cérebros socialistas, não fazem previsões. Isso é feito pelos governos que governam e não pelos governos que se governam.
Também o CDS-PP acusou o Governo socialista de "falta de previsão" na questão do preços dos combustíveis, sublinhando que nos últimos três dias o ministro da Administração Interna, com a tutela das polícias, não esteve no país por se encontrar em Brasília para comemorações do 10 de Junho.
Ora, ora! Só foi pena que não fosse todo o Governo para o Brasil e lá ficasse de férias aí durante uns 20 anos.
O primeiro-ministro defendeu que o Governo agiu com "proporcionalidade" e que a forma como geriu a crise "foi a melhor homenagem ao pragmatismo" para "resolver um problema".
E, mais uma vez, Sócrates tem toda e mais alguma razão. Espero que os portugueses sigam a mensagem do seu primeiro-ministro e, tão breve quanto possível, façam também uma homenagem ao pragmatismo e resolvam de vez este problema. Ou seja, mandem o primeiro-ministro definitivamente de férias, mesmo que seja (como será) com uma reforma choruda.
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